Checar placa e compartilhar viagem: delegadas dão dicas para uma ‘carona’ por app mais segura


Delegadas da Baixada Santista dão dicas sobre como se precaver durante o trajeto. Conferir as avaliações do motorista e a placa do carro estão entre as medidas citadas pelas profissionais. Delegadas dão dicas para viagem mais segura via carona em app (imagem ilustrativa)
Unsplash
Um motorista de aplicativo ‘deu em cima’ de uma maquiadora de Santos, no litoral de São Paulo, após reclamar do atraso no embarque. A situação viralizou e gerou descontração na internet, inclusive por parte da jovem. Uma viagem por carona, no entanto, requer cuidados por parte de condutores e passageiros. Ao g1, delegadas da Baixada Santista deram dicas de segurança para as corridas.
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Júlia Correia Caiafa Maffei, de 27 anos, estava em São Paulo e desejava voltar para Santos (SP) na quinta-feira (21). Ela combinou de encontrar o motorista do app de caronas às 9h20, mas perdeu o trem no metrô e se atrasou.
O homem se irritou com o atraso e cancelamento, mas se arrependeu e a elogiou (veja abaixo). Ele afirmou ter se sensibilizado com uma mensagem da jovem e aberto a foto de perfil dela.
Maquiadora levou interação ‘na esportiva’ e parou de responder condutor de aplicativo
Arquivo pessoal
A carona por aplicativo ganha cada vez mais adeptos, permitindo que o passageiro escolha a cidade de partida e o destino, além do motorista que o transportará no trajeto. Por meio da ferramenta, são acordados o valor e o ponto de encontro, sendo que muitas vezes o condutor leva mais de uma pessoa para ‘completar’ o carro.
Ao g1, a delegadas Deborah Lázaro, da Delegacia da Mulher de Santos (DDM) de Santos, e Lyvia Bonella, da DDM de Praia Grande, informaram que uma alternativa é escolher motoristas mulheres. Algumas dicas das profissionais incluem checar as avaliações do condutor no aplicativo antes de combinar a viagem, além verificar a placa do carro antes do embarque.
Como proceder?
Lyvia Bonella destacou a importância de se manter alerta durante as corridas. Segundo a delegada, uma boa dica para uma passageira é aguardar o condutor questionar sobre a identidade dela. Desta forma, a mulher não fornece os próprios dados sem ter a certeza de que fala com o motorista certo.
“Já ouvi falar até de pessoas que conseguem alterar a placa, coisas do gênero. Então, é interessante deixar ele falar as primeiras informações”, orientou Lyvia.
De acordo com a delegada, sentar no banco da frente não é uma boa ideia, uma vez que a passageira fica muito próxima ao motorista. A profissional explicou que o melhor é escolher o banco de trás e manter os vidros abertos, na medida do possível, para garantir visibilidade a quem está fora.
Para a delegada Deborah Lázaro, o mais importante é checar a placa e a identidade do condutor. A profissional destacou que, além das janelas abertas, é indicado que a mulher fique sentada perto da porta do veículo. “Todo cuidado é pouco”, disse ela.
Caso se sinta desconfortável e não exista perigo no trânsito naquele momento, a orientação é pedir para sair do veículo e procurar apoio da PM.
Lyvia complementou que, se a passageira sentir que há algo ‘fora do normal’, deve ligar 190 sem avisar o motorista. A mulher também pode pedir para que alguém com quem tenha compartilhado a viagem acione a corporação.
Veja as dicas de segurança para uma viagem segura, de acordo com as delegadas:
✅Comece verificando as avaliações do motorista;
✅Quando o carro chegar, verifique se tem a mesma placa fornecida no app;
✅Deixe o motorista perguntar seu nome antes de embarcar;
✅Compartilhe a viagem no app com pessoas de confiança;
✅Se possível, mantenha as janelas abertas para maior visibilidade;
✅Converse com alguém por voz pelo celular;
✅Pegue indicações de condutores com amigas;
✅Fique perto da porta do carro e com a janela aberta;
✅Se perceber uma tentativa de ‘intimidade’ e caso seja for possível, peça para sair do carro o quanto antes;
✅Caso note que está sendo importunada, grave um áudio para servir como prova posteriormente.
Importunação sexual x assédio
Ao g1, o advogado criminalista Matheus Cury explicou que a prática de importunação sexual acontece quando, por exemplo, o agressor dá um beijo forçado ou passa a mão pelo corpo da vítima sem consentimento. A pena para esse crime pode variar entre um e cinco anos de reclusão.
“O tipo penal se refere à conduta de praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”, disse.
O assédio sexual, por outro lado, ocorre quando o agressor está em situação de superioridade hierárquica em relação à vítima. É o caso de um chefe que faz investidas sexuais contra uma funcionária, por exemplo.
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