Compra de sacos, roupas escondidas e viagem por app: jovem que confessou ter esquartejado amigo conta como planejou ocultar corpo e fugir


Rapaz disse à polícia que cometeria o crime novamente porque a vítima tentou se relacionar sexualmente com ele. Corpo foi encontrado após patroa da vítima ir até casa e achar saco dentro da geladeira. Jovem confessa que matou amigo e esquartejou corpo
O jovem de 21 anos que confessou ter matado e esquartejado um homem de 58 anos detalhou, em interrogatório, como planejou ocultar todos os vestígios que pudessem ligá-lo ao crime. À polícia, o rapaz revelou que comprou sacos de lixo e luvas para evitar contato com o sangue da vítima e não deixar impressões digitais.
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De acordo com o interrogatório, o jovem usou uma coberta e um travesseiro para limpar o sangue da vítima que estava espalhado pelo local e os colocou na geladeira para evitar que exalassem cheiro. O rapaz contou à polícia que, após terminar de esquartejar o corpo, planejava chamar um carro por aplicativo para descartá-lo em algum lugar.
Segundo o depoimento, o jovem não terminou de cortar o corpo porque a patroa da vítima chegou ao local perguntando por ela. O rapaz está preso e afirmou à polícia que repetiria o ato “para defender sua honra”, mencionando que fez um curso de necropsia. Veja nesta reportagem a cronologia dos fatos com base no depoimento do jovem.
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Nota fiscal de produtos comprados por jovem que confessou ter matado amigo em Goiânia
Reprodução/PM-GO
1. Como eles se conheceram?
O jovem, apontado como autor do crime, informou à polícia que conheceu a vítima em um terminal de ônibus. Ele afirmou aos policiais que morava em Senador Canedo e havia levado todos os seus itens para a casa da vítima. Por enquanto, não há informações da data em que eles se encontraram.
Em depoimento, o rapaz contou que ele e o amigo faziam serviços juntos em restaurante e ele estaria o ajudando a arrumar bicos. “Por residir longe do local de trabalho, teria passado a noite na residência da vítima como forma de auxílio, porém, sem que tivessem qualquer tipo de relação de natureza sexual ou sentimental”, descreveu o jovem em interrogatório.
2. Como foi o dia do crime?
Um vídeo mostra o momento em que, preso, o jovem confessou o crime (veja no início da reportagem). O crime ocorreu na tarde da última quarta-feira (24), no Setor Jardim Santo Antônio.
À polícia, o jovem disse que o amigo pode ter confundido a situação deles, porque estavam dividindo a mesma cama, mas com certa distância. O rapaz alegou que na manhã do crime acordou com o amigo insinuando um pedido para ter relações sexuais com ele, segundo informações do depoimento.
“Eu matei ele porque tentou abusar de mim. A gente veio aqui na amizade e ele achou que ia acontecer mais coisas. Eu não gosto de homem. Ele tentou me oprimir com uma faca”, disse o jovem.
O rapaz disse que pegou uma faca que estava perto do amigo e deu um golpe no pescoço dele. Então, a vítima teria tentado pegar a faca, segundo o jovem.
“Neste momento desferiu inúmeros socos no rosto da vítima, e somente cessou quanto a vítima não esboçou nenhum sinal vital. Que a vítima nesse momento ficou caída no chão, próximo à cama”, detalhou o depoimento.
3. Como o criminoso escondeu o corpo?
Após cometer o crime, o jovem planejou esconder os vestígios que pudessem ligá-lo ao crime, limpar o local e “dar um fim” no corpo, conforme o depoimento. Depois, o jovem teria ido a comércios comprar sacolas plásticas e luva para evitar contato com o sangue e não deixar impressões digitais, de acordo com o relato feito por ele à polícia.
“Utilizou a coberta e o travesseiro para limpar o sangue da vítima que estava pelo local e os colocou na geladeira, para evitar cheiro”, disse aos policiais.
Conforme o jovem, ele já teria feito um curso online de necropsia, onde aprendeu sobre anatomia humana e sabia onde fazer cortes no corpo, caso fosse preciso para preparação de um funeral. Ele contou que usou duas facas de cozinha para o crime, uma de serra e uma de lâmina lisa.
À polícia, o jovem relatou que, com esse conhecimento, esquartejou a vítima em um banheiro, para evitar o cheiro de sangue na casa. Ele falou que só não cortou todo o corpo porque vizinhos passaram a bater na porta procurando pela vítima, conforme descreveu depoimento.
Segundo o jovem, ele escondeu partes do corpo debaixo da cama em sacos de lixo. O depoimento apontou ainda que o jovem não usou nenhum produto de limpeza no local, pois limpou o chão com roupas de cama, que foram escondidas na geladeira.
4. Como o crime foi descoberto?
Rua do Setor Jardim Santo Antônio, onde crime ocorreu, em Goiânia, Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
Um amigo da vítima relatou à TV Anhanguera que os colegas de trabalho estranharam a ausência da vítima e foram até a casa dele para averiguar o paradeiro, quando se depararam com a cena do crime. Ao chegar ao local, a chefe da vítima encontrou o jovem sozinho e acionou a polícia após perceber atitudes suspeitas. As informações foram confirmadas pelo jovem em depoimento.
“A testemunha e empregadora da vítima foi no local, entrou na casa e, de forma desconfiada, abriu a porta da geladeira, viu um saco de lixo, suspeitando de algo de errado”, disse o jovem.
Então, o rapaz contou que percebeu que não teria mais saída e acabou sendo preso. A testemunha contou que ele tentou fugir.
“Eu pedi para entrar. Quando entrei, vi que havia algo de errado, mas ele estava nos expulsando. Ele tentou fugir, mas graças a Deus a polícia conseguiu pegá-lo”, disse a mulher, que preferiu não ser identificada.
Jovem que confessou ter matado e esquartejado amigo diz que cometeria crime novamente para ‘defender sua honra’
Divulgação/PM-GO e Reprodução
5. O que o suspeito iria fazer após o crime?
À polícia, o jovem disse que se tivesse cortado todo o corpo, ia colocar em sacos, chamar um carro por aplicativo e descartar em algum lugar.
6. O que diz a defesa
A Justiça manteve a prisão do jovem na audiência de custódia realizada na quinta-feira (25). Em nota, a Defensoria Pública do Estado de Goiás informou que representou o jovem durante a audiência de custódia, mas não comentará sobre o caso.
A DPE destacou que após a audiência de custódia, deverá ser iniciado o processo criminal e será oportunizado prazo para o acusado constituir sua defesa que poderá ser realizada pela Defensoria Pública ou por um profissional particular (veja nota na íntegra no fim da reportagem).
Nota da Defensoria Pública:
A Defensoria Pública do Estado de Goiás informa que representou o acusado durante a audiência de custódia, cumprindo seu dever legal e constitucional de garantir a defesa de pessoas que não tenham condições de pagar por um profissional particular e não comentará sobre o caso. Destaca ainda que após a audiência de custódia, deverá ser iniciado o processo criminal e será oportunizado prazo para o acusado constituir sua defesa que poderá ser realizada pela Defensoria Pública ou por um profissional particular.
Diretoria de Comunicação Social
Defensoria Pública do Estado de Goiás
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