Presidente da Brasscom compara matriz energética brasileira para data centers ao “novo pré-sal”

A matriz energética verde brasileira pode possibilitar que o país seja o novo “paraíso” dos equipamentos que processam dados digitais nos próximos anos, segundo o presidente executivo da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais (Brasscom), Affonso Nina.

“É o novo pré-sal, só que o nosso petróleo são os dados. Todo este processamento precisa ir para algum lugar no mundo e o Brasil tem que se posicionar em relação a isso. Agora, a gente tem essa oportunidade efetivamente e a janela é curta, mas uma oportunidade de atrair esses investimentos e pararmos de importar processamento”, comentou.

 

 

A afirmação foi dada durante a apresentação do “Plano Brasil Digital 2030+”, uma iniciativa de governança pública e privada com o objetivo de promover o desenvolvimento tecnológico no país.

Com o avanço da inteligência artificial, mais empresas buscam por locais onde possam instalar seus data centers. Os dispositivos são “supercomputadores” que trabalham para armazenar e processar informações que utilizamos dia a dia na internet.

Como 85% da energia brasileira é oriunda de fontes renováveis, o país possui uma grande vantagem frente a outros territórios. Além disso, as empresas que possuem os dispositivos também prezam por locais que promovam a sustentabilidade.

Affonso Nina também comentou que atrair empresas especializadas na área vai fazer com que os serviços sejam barateados e que novas receitas entrem no caixa.

“Hoje a gente importa muito processamento que é feito em outros países e vamos passar a fazer isso aqui no Brasil, de forma mais barata para as empresas aqui instaladas. Ao mesmo tempo, vamos poder exportar processamento de dados e ser um player importante neste cenário”, comentou.

Segundo a Brasscom, atualmente o Brasil representa 50% do mercado de processamento de dados da América Latina. A estimativa é que até 2029 o país alcance 60,4% nesta escala, com um lucro de aproximadamente US$ 3,5 bilhões.

Os dispositivos, até agora, estão instalados nas capitais dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Rio Grande do Sul.

Dentro do “Plano Brasil Digital 2030+”, há, também, a meta de que com o desenvolvimento tecnológico do país, os recursos e o conhecimento adquirido possam ser revertidos em ações sociais e na formação de mão de obra.

A avaliação é do presidente do conselho da TOTVS e da Brasscom, Laércio Cosentino

“Temos que ter primeiro a infraestrutura, depois as escolhas de tecnologia, quais as tecnologias que nós vamos focar para de fato as coisas acontecerem. Investimos em pesquisa de desenvolvimento, tanto no setor privado como setor público”, elenca, pontuando que a inclusão é o legado de todo o processo.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Presidente da Brasscom compara matriz energética brasileira para data centers ao “novo pré-sal” no site CNN Brasil.

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