‘Condomínio do tráfico’: polícia faz nova operação para demolir imóveis construídos por traficantes no Parque União, na Maré


Por conta das novas demolições, moradores fecharam a Avenida Brigadeiro Trompowski, na altura do BRT da Maré, sentido Ilha do Governador, e atearam fogo em objetos. Via está fechada. Passageiros deixam um BRT durante protesto na Maré
Reprodução
As polícias Civil e Militar e a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) iniciaram nesta segunda-feira (19) uma nova operação para derrubar imóveis erguidos pelo tráfico de drogas no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Na última semana, uma operação conjunta para demolir o “condomínio do tráfico” no Parque União encontrou um quadriplex de luxo às margens da Avenida Brasil.
Nesta segunda, os policiais encontraram na Maré uma carga que havia sido roubada. O material foi recuperado e será levado para a 21ª DP (Bonsucesso).
Por conta das novas demolições, moradores fecharam a Avenida Brigadeiro Trompowski, na altura do BRT da Maré, sentido Ilha do Governador, e atearam fogo em objetos.
Um articulado teve o para-brisa destruído e os passageiros precisaram abandonar o modal as pressas.
Segundo a Civil, esta é a terceira fase da operação e tem o objetivo de dar continuidade às demolições de imóveis construídos pela organização criminosa. Na última, os agentes demoliram uma mansão do tráfico.
O “condomínio”, no Parque União, foi mostrado em outubro do ano passado pelo RJ2. Na ocasião, a reportagem mostrou que o Comando Vermelho (CV) adotou uma prática da milícia e passou a usar a especulação imobiliária para lavar dinheiro das atividades criminosas. A venda das casas, à época recém-construídas, é uma forma de circular esse capital.
As investigações apontam que a comunidade do Parque União vem sendo utilizada há anos, por meio da construção e abertura de empreendimentos, para lavar o dinheiro do tráfico de drogas. Os agentes apuraram a participação de funcionários associação de moradores no esquema.
A comunidade tem como chefe o traficante Jorge Luís Moura Barbosa, o Alvarenga. Ele tem 86 anotações criminais e ⁠figura como autor em 175 inquéritos policiais. Participa ativamente das decisões que determinam o rumo do CV, como invasões de territórios rivais para expansão dos domínios e exploração ilegal econômica.
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