Lançamentos de novos imóveis aumentam 29,5% em Campinas, mas vendas caem em 2024, diz Secovi


Pesquisa considera os meses de janeiro a setembro de 2024 em relação a 2023 e identificam queda de 8,3% nas vendas. Imagem aérea do centro de Campinas
Reprodução/EPTV
Uma pesquisa realizada pelo Sindicato da Habitação (Secovi-SP) mostrou que o número de imóveis lançados em Campinas (SP) entre janeiro e setembro de 2024 aumentou 29,5% em relação a 2023. No entanto, as unidades vendidas caíram 8,3%.
Segundo Daniel Aranovich, diretor de intermediação imobiliária e marketing da regional do Secovi-SP em Campinas, o crescimento corresponde a uma recuperação do mercado imobiliário em aquecimento desde 2020, mas sofreu impacto dos aumentos nas taxas de juros.
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“O mercado imobiliário vem aquecido, com uma recuperação consistente após um período de retração […] As quedas refletem um momento de ajuste no mercado. Parte disso se deve ao incremento na taxa de juros, que gera incerteza para alguns compradores e dificulta o financiamento para outros”, diz.
Em números absolutos, nos primeiros nove meses de 2024 foram lançadas 9.062 unidades na metrópole, duas mil a mais que 2023, que teve 7 mil. As unidades vendidas, porém, foram de 8.934 para 8.194. [veja gráfico abaixo]

Com um recorte apenas do terceiro trimestre de 2024 em comparação a 2023, o número de unidades lançadas aumentou 2,8%, indo de 2.216 para 2.279. Enquanto as unidades vendidas caíram de 2.612 em 2023 para 3.234 em 2024, uma queda de 19,2%. [veja tabela abaixo]

Valores Globais de Lançamento e de Venda
Além do número de unidades vendidas e lançadas, outra forma de medir os movimentos do mercado imobiliário é através do VGL e VGV. São valores globais de lançamento e de venda que somam os valores monetários em R$ das unidades lançadas e vendidas.
Esses dois indicativos seguiram o mesmo movimento de crescimento de novos empreendimentos, com queda nas vendas. O VGL apresentou alta de 4,2% nos nove primeiros meses, passando de R$ 3.349 milhões em 2024 frente a R$ 3.215 milhões em 2023.
Já o VGV apresentou queda de 11%, passando de R$ 3.897 milhões em 2023 para R$ 3.467 milhões em 2024. [veja gráfico abaixo]

Apenas utilizando os dados do terceiro trimestre de 2024 em comparação a 2023, ambos os indicativos apresentaram queda. O VGL caiu 26,5%, passando de 1134,7 para 833,5, enquanto o VGV baixou de R$ 1470,3 milhões, ano passado, para R$ 1035,6 milhões neste ano, uma baixa de 29,6%. [veja gráfico abaixo]

Altos e baixos
A recuperação do mercado imobiliário que vem aquecendo desde 2020, segundo Aranovich é favorecido em Campinas por alguns fatores como interlocução com a prefeitura e a migração crescente de pessoas vindas de São Paulo. E complementa dizendo que a metrópole:
“Tem se destacado pela sua força como polo econômico e social, atraindo incorporadoras de outras cidades. Isso se deve à presença de hospitais, universidades de renome e à crescente migração de moradores de São Paulo, que buscam mais qualidade de vida”, fala.
Por outro lado, para explicar as quedas, Aranovich atribui a um momento de ajuste de mercado após a variação nas taxas de juros que ocorreram ao longo do ano. Outro elemento foi a redução de grandes lançamentos no terceiro trimestre, que também contribuiu para o menor volume de vendas.
“Para 2025, espera-se que o mercado imobiliário continue resiliente, com uma recuperação gradual, impulsionada pela demanda em segmentos específicos e por melhores condições de financiamento, especialmente no médio e alto padrão”, finaliza.
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