Ibovespa sobe mais de 1% e ultrapassa 135 mil pontos pela 1ª vez; dólar recua

O Ibovespa ampliou a alta e trabalhava acima dos 135 mil pontos pela primeira vez na sua história nesta segunda-feira (19), endossado pela trajetória ascendente de Wall Street, com Vale e Bradesco respondendo pelas principais contribuições positivas.

Por volta de 12h50, o Ibovespa avançava 1,24%, a 135.586,84 pontos, tendo chegado a 135.349,94 pontos na máxima até o momento, novo topo histórico intradia. O volume financeiro somava R$ 7,8 bilhões.

No mesmo horário, o dólar comercial apresentava recuo de 1,34% em relação ao real, cotado a R$ 5,4025. No radar de investidores, está o encontro de autoridades de bancos centrais em Jackson Hole, nos Estados Unidos, onde o presidente do Fed (banco central americano) deve discursar na sexta-feira.

A moeda americana acumula uma desvalorização de 3,75% no mês de agosto, indicando um fortalecimento da divisa brasileira no período. Já o euro comercial segue a mesma tendência de queda, recuando 0,48% no dia, com cotação de R$ 6,01. A moeda europeia registra uma variação negativa de 1,86% no mês.

Mais cedo, analistas consultados pelo Banco Central em sua pesquisa Focus elevaram a projeção para o nível da Selic ao fim do próximo ano, enquanto mantiveram novamente a expectativa para a taxa básica de juros em 2024.

O levantamento, que capta as estimativas do mercado para indicadores econômicos, mostrou que os economistas agora veem a Selic fechando 2025 em 10,00% ao ano, ante 9,75% na semana anterior.

Pela nona semana consecutiva, por outro lado, eles mantiveram a expectativa para a taxa de juros ao fim deste ano no patamar atual de 10,50%, projetando, portanto, que o BC não fará movimentações nas reuniões de política monetária que restam em 2024.

A previsão para o valor do dólar ficou próximo da estabilidade para 2024, agora visto em R$ 5,31, de R$ 5,30 há uma semana. Para 2025, foi mantida a projeção de R$ 5,30 reais.

Juros americanos

Pesquisa da Reuters realizada com economistas de 14 a 19 de agosto mostrou uma pequena maioria esperando que o Fed reduzirá sua taxa de juros em 25 pontos-base em cada uma das três reuniões de política monetária restantes em 2024.

A perspectiva de que o Fed começará a diminuir os juros no próximo mês, combinada a uma avaliação de modo geral positiva da temporada de balanços no Brasil, tem contribuído para a performance recente do Ibovespa, que já sobe 5,94% em agosto.

Análise

“Na configuração atual, os indicadores apontam que a bolsa deve seguir sua tendência de alta. Mas, para tanto, é preciso que o índice supere seu topo histórico, que se mostrou uma resistência consolidada”, afirmou a equipe do BB Investimentos em nota a clientes.

“A análise gráfica nos mostra que o Ibovespa opera muito próximo ao limite superior de um canal de alta. Nesse patamar, é comum a ocorrência de curtos períodos de realização, mesmo dentro da tendência.”

A equipe do BB Investimentos também destacou que os volumes transacionados na última semana foram superiores à média das últimas semanas, também amparados pela safra de divulgação de balanços do segundo trimestre “positiva”, com o fluxo estrangeiro como principal direcionador do desempenho das ações.

Nesta sessão, apesar dos saltos de Petz, Magazine Luiza e Cogna, as principais contribuições positivas eram Vale, com a alta do minério de ferro, e Bradesco, com “upgrade” do Goldman Sachs.

“Se o índice continuar marcando novas máximas ou fechar três pregões pelo menos acima dos 134.400 pontos, mostrará resiliência no movimento e os próximos objetivos estão em 137.000, 141.000 e 150.000 pontos”, estima o Itaú BBA.

*Com Reuters

Este conteúdo foi originalmente publicado em Ibovespa sobe mais de 1% e ultrapassa 135 mil pontos pela 1ª vez; dólar recua no site CNN Brasil.

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