Gabriel Monteiro: Leilões do BC amenizaram, mas não reverteram alta do dólar

O dólar atingiu a marca histórica de R$ 6,20 na terça-feira (17), demonstrando a crescente pressão sobre a moeda brasileira.

Apesar dos esforços do Banco Central (BC) em realizar leilões para conter a alta, a eficácia dessas medidas tem se mostrado limitada.

Gabriel Monteiro, analista de economia da CNN, explica que a elevação no preço do dólar está intimamente ligada às pautas econômicas paradas no Congresso Nacional.

“O que está causando essa elevação no preço são as pautas paradas no Congresso, e o leilão não está sendo mais uma medida tão efetiva para reduzir a cotação do dólar como costumava ser”, afirma.

Leilões do BC e volatilidade do mercado

O analista de economia explica que o Banco Central realizou leilões à vista, vendendo uma quantidade elevada de dólares.

No entanto, essas intervenções não foram suficientes para reverter a tendência de alta.

A moeda americana fechou o dia cotada a R$ 6,09, após atingir o pico de R$ 6,20.

Monteiro ressalta que a volatilidade tem sido uma constante no mercado cambial.

“Ontem a gente começou o dia em baixa, foi para R$ 6,20 e depois voltou para R$ 6,09. Então, a volatilidade abraçou a moeda dos Estados Unidos em comparação ao nosso real brasileiro”, observa Monteiro.

Congresso e a pressão sobre o dólar

O analista enfatiza que a responsabilidade pela alta do dólar recai principalmente sobre o Congresso Nacional.

“A gente fala que o governo está pressionando o dólar, mas é o Congresso Nacional que está fazendo com que essa moeda suba. Nós temos pautas importantíssimas que estão travadas há três semanas”, pontua.

A aprovação do primeiro projeto do pacote de corte de gastos na Câmara dos Deputados trouxe um alívio momentâneo ao mercado.

Contudo, Monteiro alerta que qualquer sinal de que o Congresso possa adiar a votação de outras medidas econômicas importantes pode fazer o dólar subir novamente.

“Qualquer ruído, qualquer pedra no meio do caminho pode fazer com que a moeda volte a subir”, conclui o analista, ressaltando a importância da questão fiscal para a estabilidade cambial.

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