Arqueólogos encontram armas de fogo mais antigas dos EUA; veja foto

Arqueólogos trabalhando no Arizona descobriram o que parecem ser as armas de fogo mais antigas já encontradas na parte continental dos Estados Unidos: dois canhões abandonados por uma força expedicionária espanhola que foi atacada por nativos americanos.

Os armamentos de bronze de 107 centímetros de comprimento, também conhecidos como canhões de muralha, foram encontrados pela pesquisadora independente Deni Seymour. São as primeiras armas de fogo recuperadas de uma expedição liderada por Francisco Vázquez de Coronado, que viajou do que hoje é o México para o sudoeste americano entre 1539 e 1542.

Em um artigo publicado no International Journal of Historical Archaeology em novembro, Seymour detalhou como o primeiro canhão, encontrado em 2020, foi descoberto no chão de uma estrutura de pedra e adobe que fazia parte de uma pequena cidade construída pelos espanhóis e abandonada após a batalha em 1541.

Pesquisas anteriores em artefatos associados, bem como análises de carvão e um pedaço de cerâmica encontrados no chão da estrutura, estabeleceram uma ligação entre o local, conhecido pelos arqueólogos como San Geronimo III, e a expedição de Coronado.

“Este canhão e a batalha que ocorreu ao seu redor são significativos, pois representam o primeiro levante bem-sucedido dos nativos americanos na parte continental dos EUA, já que os espanhóis não retornaram por 150 anos”, recuando para o que hoje é o México, disse Seymour à CNN nesta terça-feira (17).

Embora esses canhões fossem letais, eram lentos para carregar e recarregar, disse a pesquisadora na entrevista. As investigações revelaram que o primeiro armamento não havia sido disparado, o que sugere que os ocupantes da estrutura foram surpreendidos pelos atacantes e não tiveram tempo de carregá-lo, disse Seymour.

“Eles provavelmente foram dominados pela força atacante e provavelmente se envolveram em combate corpo a corpo ao lado de suas camas”, disse ela. “Levava algum tempo para carregar e disparar o canhão, assim como para as armas de mecha, então eles não teriam utilidade em um ataque surpresa.”

O segundo item foi encontrado no próprio campo de batalha e havia sido disparado pelos defensores espanhóis.

“Suspeito que a área do local onde aquele canhão estava armazenado não foi totalmente dominada pelos atacantes”, disse Seymour. “Parece que os defensores tiveram tempo de montar uma defesa, o que teria envolvido reacender o fogo ou pelo menos expor brasas para que o pavio da arma pudesse ser aceso, carregar a arma, transportá-la descendo a encosta, posicioná-la e então disparar.”

As descobertas lançam nova luz sobre os nativos americanos O’odham, que viviam no que é hoje o Arizona e o estado mexicano de Sonora, acrescentou ela.

“Isso significa que, em vez de serem dóceis e pacíficos como sua reputação do período colonial posterior indicava, eles eram guerreiros excepcionais e defenderam a si mesmos e suas terras em um momento crítico, muito antes mesmo de outros grupos nativos da região”, disse Seymour.

Em seguida, Seymour espera encontrar o resto da trilha percorrida pela expedição de Coronado e documentar 12 locais conhecidos ao longo da parte da trilha no Arizona.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Arqueólogos encontram armas de fogo mais antigas dos EUA; veja foto no site CNN Brasil.

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