Austrália investiga suposta captura de cidadão do país pela Rússia na Ucrânia

A Austrália está tentando verificar a autenticidade de um vídeo que supostamente mostra um de seus cidadãos capturado pelas forças russas enquanto lutava na Ucrânia.

O vídeo, postado em contas russas do Telegram, mostra um homem com o rosto enlameado sendo interrogado em uma área florestal por outro homem falando russo, que parece bater nele duas vezes na cabeça.

O homem, cujas mãos parecem estar firmemente amarradas com fita prateada, se identifica como Oscar Jenkins, de 32 anos, e diz que mora na Austrália e na Ucrânia.

Quando questionado sobre os relatos de um homem de Melbourne capturado pela Rússia, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, disse a repórteres nesta segunda-feira (23) que o governo está buscando informações por meio da embaixada em Moscou.

“Esta é uma notícia preocupante, e estamos trabalhando por meio do Departamento de Relações Exteriores e Comércio (DFAT) para fornecer suporte, incluindo, para este cavalheiro, tentando apurar os detalhes e os fatos que estão lá”, destacou Albanese.

“Sabemos que os russos frequentemente divulgam informações que não estão corretas”, acrescentou o premiê. A CNN entrou em contato com o DFAT para mais comentários.

No vídeo, que a CNN não conseguiu localizar geograficamente, Jenkins parece ter dificuldade para entender perguntas feitas a ele em russo.

Perguntam a ele por que está na Ucrânia, ao que ele responde: “Um soldado”.

Falando em uma mistura de inglês, ucraniano e russo, ele afirma que é professor na China e aluno na Austrália.

Um perfil do LinkedIn com o nome Oscar Jenkins indica que ele foi aluno da Melbourne Grammar School antes de estudar ciências biomédicas na Monash University em Melbourne.

A CNN entrou em contato com a escola e a universidade, mas não recebeu uma resposta.

O perfil também lista trabalho na China por vários anos a partir de outubro de 2015, incluindo como professor universitário em Tianjin. A CNN entrou em contato com vários empregadores que aparecem na rede social e aguarda retorno.

Austrália apoia Ucrânia contra Rússia

A Austrália apoia a Ucrânia na luta contra as forças russas, contribuindo com mais de 1,5 bilhão de dólares australianos desde que a invasão começou em fevereiro de 2022.

A ministra das Relações Exteriores australiana, Penny Wong, esteve na Ucrânia na semana passada para anunciar a reabertura da embaixada australiana em Kiev antes da chegada do embaixador no mês que vem.

O prédio diplomático foi fechada pelo governo anterior em 2022 devido ao “risco aumentado”, mudando-se temporariamente para a Polônia para evitar ataques russos.

Combatentes estrangeiros se juntaram ao esforço de guerra de ambos os lados, enquanto a batalha continua.

No mês passado, a mídia estatal russa relatou que um britânico de 22 anos foi feito prisioneiro enquanto lutava pela Ucrânia na região de Kursk, na Rússia.

A mídia estatal russa TASS identificou o homem como James Scott Rhys Anderson, um ex-soldado britânico, citando uma fonte militar.

Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.

Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.

Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.

As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.

O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.

A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.

O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Austrália investiga suposta captura de cidadão do país pela Rússia na Ucrânia no site CNN Brasil.

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