Groenlândia não está à venda, afirma premiê em resposta a Trump

A Groenlândia não está à venda, afirmou seu líder eleito na segunda-feira (23), respondendo aos comentários feitos pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sobre a “propriedade e controle” da ilha ártica, que faz parte da Dinamarca há mais de 600 anos.

“A Groenlândia é nossa. Não estamos à venda e nunca estaremos. Não podemos perder nossa longa luta pela liberdade”, disse o primeiro-ministro da ilha, Mute Egede, em um comentário por escrito.

No domingo (22), Trump anunciou que havia escolhido Ken Howery, ex-enviado à Suécia, como seu embaixador em Copenhague, e comentou sobre o status da Groenlândia, uma parte semi-autônoma da Dinamarca e que abriga uma grande base aérea dos EUA.

“Para fins de segurança nacional e liberdade em todo o mundo, os Estados Unidos da América consideram que a posse e o controle da Groenlândia são uma necessidade absoluta”, escreveu Trump no Truth Social.

Trump, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, não detalhou a declaração.

O governo dinamarquês não comentou.

A Groenlândia, com sua base aérea de Pituffik, é estrategicamente importante para o exército dos EUA e seu sistema de alerta de mísseis balísticos, já que a rota mais curta da Europa para a América do Norte passa pela ilha.

Durante seu mandato anterior, Trump, em 2019, expressou interesse em comprar a Groenlândia, mas a proposta foi prontamente rejeitada pela Dinamarca e pelas autoridades da ilha, antes que quaisquer discussões formais pudessem acontecer.

A primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen, na época, classificou a oferta de Trump como “absurda”, o que fez com que ele chamasse sua rejeição da ideia de “maldosa” e cancelasse uma visita a Copenhague.

Frederiksen continua em seu cargo de primeira-ministra da Dinamarca.

Desde 2009, a Groenlândia tem o direito de declarar sua independência da Dinamarca. A ilha, com cerca de 56 mil habitantes e que depende de transferências orçamentárias significativas de Copenhague a cada ano, até agora se absteve de fazer isso.

Separadamente, no domingo, Trump ameaçou retomar o controle dos EUA sobre o Canal do Panamá, acusando o Panamá de cobrar tarifas excessivas para usar o corredor centro-americano e recebendo uma forte repreensão do presidente panamenho José Raul Mulino.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Groenlândia não está à venda, afirma premiê em resposta a Trump no site CNN Brasil.

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