
Em 2019, tricampeão mundial de surfe disse que as ondas de Paúba, em São Sebastião, no Litoral Norte de SP, eram suas preferidas. Nas Olimpíadas de Paris, atleta enfrenta o mar em uma ilha do Taiti, na Polinésia Francesa, local famoso por suas ondas gigantes. Em 2019, Gabriel Medina conquistou a primeira nota 10 no Taiti.
WSL / Cestari
“Acho que minha onda favorita é essa aqui”, disse o surfista Gabriel Medina em 2019, ao participar de um torneio local na Praia de Paúba, em São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo.
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À época, ainda bicampeão mundial do surfe (ele viria a ganhar o tricampeonato em 2021), Medina participou do ‘Supertubos’ em sua cidade natal e afirmou se sentir muito bem, sendo Paúba sua ‘onda favorita’.
“Eu viajo o mundo inteiro e acho que minha onda favorita é essa aqui. Parabéns aos moleques que representaram super bem, a esse cara (Marcos Galutti), que fez tudo acontecer. Ele que começou com a semente. Tudo começou com essa semente e espero que essa semente cresça”, disse o surfista durante a premiação.
No torneio local, Medina foi campeão com nota 10 na final. Nota 10 que foi pedida pelo surfista nesta segunda-feira (29), após encarar um tubo gigante em Teahupo’o, no Taiti, durante a etapa do surfe masculino nas Olimpíadas de Paris.
Agora, Gabriel Medina encara o brasileiro João Chianca, o ‘Chumbinho’, por uma vaga na semifinal do surfe masculino em Paris.
Gabriel Medina durante a disputa do Paúba Super Tubos
Divulgação/Prefeitura de São Sebastião
Paúba e Teahupo’o
Nascido e crescido em Paúba, o surfista João Pedro Costa é o responsável por organizar a competição ‘Supertubos’ na praia, sendo que, em uma das edições, em 2019, Medina participou.
Segundo João Pedro, a praia de Paúba tem diferenças em relação à Teahupo’o, como, por exemplo, fundo de areia ao invés de pedras e corais.
“A onda de segunda mesmo tinha o triplo [do tamanho] dos maiores dias de onda que a gente vê em Paúba. Ele [Gabriel] diz ser mais fácil, porque a onda é muito perfeita. Ele mesmo fala que Paúba balança muito, não tem um lugar certo. Tem a diferença de a onda de Paúba ser fundo de areia, não ser fundo de pedra ou coral, como é em Teahupo’o, o que torna até mais perigoso lá, mas, por isso, a onda sempre vem meio que no mesmo lugar”, explicou.
Surfista desde 2009, João contou que a Praia de Paúba é conhecida pelos tubos, com condições quase nulas de manobras. A praia se assemelha a Fernando de Noronha, que também é conhecida pelos tubos, o que, na opinião dele, é uma das coisas mais difíceis a se fazer no surfe.
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“O tubo é o que eu acho mais difícil, junto com o aéreo. Você tem que ter um pensamento muito rápido do que você vai fazer, porque são, às vezes, 1, 2 segundos ali que você tem que lidar com aquele balanço de dentro do tubo e saber analisar as placas que estão caindo enquanto você está lá dentro, para você entender o momento certo de sair”, disse.
Apesar de tanto Medina, quanto Chumbinho terem participado da competição organizada por João em São Sebastião, ele explicou que a torcida fica um pouco mais pelo tricampeão mundial, por representar o litoral paulista.
“Medina é um ídolo local nosso, tricampeão mundial. Referência não só para o nosso litoral, como para o Brasil”, finalizou.
A decisão das provas de surfe das Olimpíadas de Paris, com o duelo entre Medina e Chumbinho, deveria ter acontecido nesta terça-feira (30), mas foi adiado por conta das condições do mar em Teahupoo. A direção de prova avaliou com código vermelho a situação das ondas.
O torneio será retomado após uma nova chamada, a partir das oitavas de final da competição feminina. Na sequência, serão realizadas as quartas de final do torneio masculino com duelo direto entre os brasileiros Gabriel Medina e João Chianca, o Chumbinho. O vencedor já se posiciona em uma briga direta por medalha na semifinal.
Gabriel Medina durante o ‘Paúba Supertubos’, em 2019
Divulgação/Supertubos
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