Entenda por que os preços dos ovos atingem menores cotações desde janeiro em 4 regiões produtoras


Pesquisas do Cepea, de Piracicaba (SP), mostram que valor do alimento já vinha em tendência de queda entre janeiro e março. Liquidez em baixa e aumento nos estoques da proteína reforçam o movimento. Preço do ovo caiu em setembro
Reprodução/Bom Dia Brasil
Os preços dos ovos registraram quedas nas praças de quatro estados acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) do campus da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP). De acordo com levantamentos mais recentes sobre o setor, as cotações parciais de julho ficaram em torno de R$ 130 e R$ 150 a caixa nesta sexta-feira (26), registrando as menores médias desde janeiro de 2024 no último dia 22 de julho.
A liquidez em baixa e o aumento nos estoques da proteína reforçam o movimento de queda de preços.
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“De acordo com colaboradores do Cepea, a baixa liquidez vem aumentando os estoques da proteína, o que tem pressionado as cotações de forma significativa”, aponta o estudo.
Na parcial de julho, com coletas de preços feitas até o último dia 18, a caixa de 30 dúzias do ovo tipo extra branco a retirar (FOB) se desvalorizou 5,1% na comparação com junho na região produtora de Bastos (SP).
Na comparação entre julho deste ano e de 2023, a queda é ainda mais expressiva, com recuo de 23,7%, em termos nominais, com média de R$ 137,83 neste mês, a menor desde janeiro deste ano.
Preços Médios de Ovos Comerciais – 30 dúzias, à vista
Movimento de baixa
Após ter a menor cotação dos últimos dois anos em janeiro deste ano, os preços dos ovos registraram nova queda no fim de março, mesmo na Páscoa, segundo levantamentos do Cepea, quando a expectativa era de demanda maior.
No dia 28 de março, a variação negativa chegou a 4,60% em região acompanhada pelo Cepea.
O cenário de recuo nos valores dos ovos, segundo o Cepea, frustrou os agentes do setor, que esperavam um volume maior de vendas durante a Semana Santa, época tradicionalmente marcada pela maior procura do alimento no mercado doméstico.
O preço dos ovos comerciais, na caixa com 30 dúzias e pagamento à vista ficou em torno dos R$ 168 e R$ 199 na região de Bastos, em São Paulo, para os ovos brancos e vermelhos respectivamente, no dia 28 de março.
A variação diária negativa foi maior em Recife, chegando a recuo de 4,60% com cotações a R$ 187 e R$ 195 na mesma data. -👇 Veja na tabela, abaixo.
Preço Ovos comercias/ Caixa com 30 dúzias
As quedas nos preços dos ovos foram observadas em, praticamente, todas as regiões acompanhadas pelo Cepea e, conforme os pesquisadores da instituição, a pressão veio da maior oferta, somada ao período de final de mês, quando o poder de compra da população tende a ser menor, e ao aumento da disponibilidade de outras proteínas.
A boa notícia para o agentes do setor é que a média de março supera fevereiro, quando os preços dos ovos iniciaram o mês em alta. Segundo pesquisadores do Cepea, o movimento foi resultado da forte demanda, devido ao retorno das atividades estudantis.
“[…] Boa parte dos colaboradores relata dificuldade em atender todos os pedidos de clientes. Além disso, a procura por ovos deve seguir bastante aquecida em função da proximidade da Quaresma”, estimou os pesquisadores do Cepea em fevereiro deste ano.
Gripe aviária e exportações
Os preços dos ovos já registravam quedas em janeiro deste ano. O alimento atingiu a menor cotação em dois anos no mercado doméstico, de acordo com levantamento do Cepea. O cenário das exportações, porém, foi impulsionado.
No mercado doméstico, são os menores preços desde janeiro de 2022, e segundo pesquisadores do Cepea, o movimento de baixa é resultado da maior oferta do produto internamente e do enfraquecimento das vendas.
A variação negativa alcança 3,26% entre os valores dos ovos vermelhos e 1,14% entre os preços dos ovos brancos nas regiões acompanhadas pelo Cepea no último dia 12 de janeiro.
Preços dos ovos registram queda após onda de calor
Claudia Assencio/g1
Os embarques brasileiros de ovos, incluindo produtos in natura e processados, somaram 25,4 mil toneladas no ano passado. O aumento nas embarcações do alimento é resultado dos impactos causados pela grive aviária, conforme aponta o Cepea.
“A quantidade é quase três vezes maior que o total escoado em 2022 e a mais alta em onze anos, segundo dados da Secex. Esse aumento das vendas externas é reflexo principalmente dos casos de Influenza Aviária que atingiram plantéis comerciais de diversos países, fazendo com que parte da demanda internacional fosse redirecionada para o Brasil”, aponta o instituto de pesquisa.
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