Caso Kleber Malaquias: Julgamento continua em Maceió e entra na fase da apresentação de provas

Primeiro dia foi marcado por depoimentos de testemunhas e interrogatório dos réus, que alegaram inocência. Quatro acusados de matar o ativista Kleber Malaquias começam a ser julgados em Maceió
O julgamento dos quatro réus acusados do assassinato do ativista político Kleber Malaquias, ocorrido em 2020 em Rio Largo, segue nesta terça-feira (18) no Fórum Desembargador Maia Fernandes, em Maceió. Após um primeiro dia intenso, que durou cerca de 12 horas, o júri entra agora na fase decisiva, com a apresentação das provas pelo Ministério Público de Alagoas (MP-AL) e os debates entre acusação e defesa.
Na segunda-feira (17), o júri teve início por volta das 9h30 e se estendeu até a noite. Durante esse período, foram ouvidas nove testemunhas, entre elas a mãe da vítima e o delegado Lucimério Campos, que atuou na investigação do caso antes de ser afastado. Também prestou depoimento o secretário executivo de Gestão Interna da Segurança Pública, delegado José Carlos André dos Santos.
Os réus são José Mário de Lima Silva, Fredson José dos Santos, Edinaldo Estevão de Lima e Marcelo José Souza da Silva. Eles foram interrogados e negaram participação no crime. No entanto, a acusação, representada pelos promotores de Justiça Lídia Malta Prata Lima e Thiago Riff, reforçou as qualificadoras do homicídio: impossibilidade de defesa da vítima e promessa de recompensa.
O juiz Eduardo Nobre, que preside o júri, afirmou que há possibilidade de o julgamento se estender até quarta-feira (19), dependendo do tempo dos debates entre defesa e acusação. No entanto, caso o andamento do júri seja acelerado, a sentença pode ser proferida ainda nesta terça-feira.
Assassinato em Rio Largo
Kleber Malaquias foi morto a tiros em 15 de julho de 2020, dia de seu aniversário, dentro de um bar na Mata do Rolo, em Rio Largo. O ativista era conhecido por fazer denúncias contra políticos e fornecer informações às autoridades. O MP-AL afirma que o crime teve motivação política e que a vítima foi executada sob encomenda.
O julgamento ocorre em Maceió devido à complexidade e à segurança do caso, já que os acusados incluem agentes e ex-agentes da segurança pública. A sessão anterior, marcada para 2023, foi adiada após a descoberta de uma fraude processual envolvendo provas falsas, na qual um delegado e um agente da Polícia Civil, em conluio com os réus e uma testemunha, inseriram provas falsas no processo para atribuir o crime a um policial já falecido. O esquema foi revelado pelo MP-AL em parceria com a Polícia Federal.
A expectativa para esta terça-feira é que o MP-AL apresente novas provas ao Conselho de Sentença, reforçando o pedido de condenação dos réus.
Assista aos vídeos mais recentes do g1 AL
Veja mais notícias da região no g1 AL
Adicionar aos favoritos o Link permanente.