Ainda Estou Aqui faz história no Oscar 2025 e projeta o cinema brasileiro no cenário global

Foto: Reprodução


O longa-metragem de Walter Salles, Ainda Estou Aqui, fez história neste domingo (2) ao se tornar o primeiro filme brasileiro a conquistar um Oscar. No início, havia ceticismo sobre a relevância de um prêmio como esse para o Brasil, com muitos argumentando que “o Oscar não reflete a qualidade do nosso cinema” ou que “não precisamos da validação de Hollywood”. No entanto, a vitória do filme de Salles desmistificou essas opiniões, revelando que, na verdade, esse reconhecimento é significativo.

O sucesso internacional de Ainda Estou Aqui não apenas aumentou a visibilidade do cinema brasileiro, mas também abriu novas oportunidades, demonstrando que o prêmio pode ser um trampolim para talentos como Fernanda Torres e Walter Salles. Os resultados dessa nova visibilidade já estão sendo percebidos. O Marché du Film, mercado oficial do Festival de Cannes, recentemente nomeou o Brasil como País de Honra para a edição de 2025, oferecendo uma plataforma exclusiva para a indústria audiovisual brasileira e seu potencial de coprodução internacional, consolidando o país como um centro criativo a ser observado.

Os artistas do filme também estão ganhando destaque. Selton Mello, que interpreta Rubens Paiva, foi escalado para o filme Anaconda, ao lado de Paul Rudd e Jack Black. Fernanda Torres, indicada ao Oscar por sua atuação como Eunice Paiva, se tornou uma “queridinha” de celebridades como Sarah Paulson, Ariana Grande e Isabella Rossellini.

Com o sucesso global, o interesse dos brasileiros pelo filme aumentou, resultando em um considerável crescimento nas bilheteiras. Nos quase quatro meses em que está em exibição, Ainda Estou Aqui viu um aumento significativo nas vendas após sua vitória no Globo de Ouro e as indicações ao Oscar, conforme dados exclusivos do NSC Total. O filme também quebrou o recorde de maior bilheteira nacional no período pós-pandemia, algo incomum para um drama.

Esse fenômeno fez com que o longa se tornasse um “filme-evento”, algo raro entre produções nacionais. Assim como Barbie ou Avatar, transcendeu as telas e se transformou em um fenômeno cultural, inspirando fantasias de Carnaval e murais de Fernanda Torres em várias cidades do Brasil. É inegável que o filme reacendeu a paixão do público brasileiro pelo cinema nacional, abordando temas de identidade, representação e pertencimento.

Ainda Estou Aqui trata de maneira sensível um tema ainda doloroso: a ditadura militar. Ao evitar discursos grandiosos, o filme foca nos impactos do totalitarismo na vida cotidiana de uma família, revelando as cicatrizes que isso deixa em cada um de nós. Essa abordagem humanizada é o que torna a obra universal, especialmente em um momento em que é crucial relembrar os horrores de regimes totalitários.

Com sua conquista no Oscar, Ainda Estou Aqui não apenas eleva o cinema brasileiro no cenário internacional, mas também ressalta a importância da arte para a identidade do Brasil. A expectativa agora é que o sucesso do filme inspire uma nova onda de produções brasileiras. Se o cinema é um reflexo da sociedade, que ele continue a nos desafiar, emocionar e, acima de tudo, nos fazer refletir.

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