Especialista explica lesão de Rodrigo Garro: “Não tem cura”

Rodrigo Garro não treinou com o elenco nesta terça-feira (11), última atividade antes da decisão na Libertadores diante do Barcelona de Guayaquil. Ele sofre de tendinopatia patelar no joelho direito.

A Dra. Ana Paula Simões, ex-médica da Seleção Brasileira de Futebol Feminino (2005-2015), explicou o quadro do jogador.

“É uma lesão por sobrecarga no tendão do joelho. É muito comum no futebol por conta das mudanças de direção [do atleta em campo] e acontece por microtraumas repetitivos, que excedem a capacidade de regeneração das fibras do tecido”, explicou.

A doutora explica que essas fibras do tendão vão se degenerando até que os movimentos do jogador fazem com que elas se rompam.

Tendinopatia patelar é considerada uma lesão de aspecto crônico, é um processo degenerativo progressivo do tendão. Mesmo que o atleta se recupere, o joelho pode sofrer alterações estruturais, já que é feita uma cicatriz no tendão. O problema pode, sim, ter recorrência


Dra. Ana Paula Simões

Segundo a especialista, existem alguns tipos de tratamentos possíveis no caso de Garro. Um deles é o gerenciamento de carga, ajustando a intensidade e o volume de treinos. Além disso, é necessário que o jogador faça exercícios que estimulem a regeneração dos tendões, que ajudam na resistência do atleta e melhoram as dores.

Na zona mista, após a classificação contra o Santos, Rodrigo Garro admitiu estar jogando com dor. De acordo com a especialista, entrar em campo sem estar 100% pode trazer mais danos.

“O problema de você jogar com dor é descompensar as outras estruturas que estavam íntegras. Ele pode gerar uma degeneração mais grave do tendão e evoluir para uma fissura, depois uma rotura parcial, depois uma rotura total, que aí é cirúrgico”, alertou.

Quando vai estar 100%?

Para a Dra. Ana Paula, não é possível estimar um prazo para a recuperação total de Rodrigo Garro, inclusive, por ser uma lesão de esforço, caso haja uma sobrecarga no joelho mais uma vez, o argentino vai voltar a sentir dores.

“Se o atleta tem adesão ao tratamento, depende do sono dele, da genética, da alimentação, é muito difícil programar, ainda mais se deixam o atleta continuar jogando, é como consertar um carro com ele andando”, afirmou.

“Ele pode demorar 6 a 8 semanas, mas, dependendo do caso, se for mais avançado, 3 a 6 meses, é muito complexo. O atleta precisa saber se adequar, porque ele pode ficar bem, mas, se fizer um estímulo muito mais forte em um jogo, você vai ter uma recidiva”, finalizou.

Não tem 100% de cura, porque tendinopatia é uma coisa relacionada a esforço. Todo o processo inflamatório do nosso corpo vai e volta. Tem como evitar que ele volte com muito fortalecimento e manejo do treino da sobrecarga


Dra. Ana Paula Simões

A Dra. Ana Paula analisou qual é o melhor tratamento para evitar novas intercorrências.

“O mais importante disso tudo é controlar a carga e ir fazendo a reabilitação bem específica. Fazer fisioterapia duas vezes ao dia, usar tudo o que tiver para esse tendão retomar a força que ele tinha”, finalizou.

Timão na Libertadores

Com a dúvida de se Rodrigo Garro será titular ou não, o Corinthians entra em campo nesta quarta-feira (12) diante do Barcelona, do Equador, pela terceira fase da Libertadores. A bola rola às 21h30 (de Brasília), na Neo Química Arena.

No jogo de ida, os equatorianos venceram por 3 a 0. Para o Timão sair classificado no tempo normal, precisa vencer por quatro gols de diferença. Para levar a disputa para os pênaltis, o placar deve ter três gols de diferença para o Time do Povo.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Especialista explica lesão de Rodrigo Garro: “Não tem cura” no site CNN Brasil.

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