Estudantes americanos são detidos na Dinamarca após conflito com Uber

Dois estudantes universitários americanos foram presos durante duas semanas na Dinamarca após uma suposta briga com um motorista da Uber, informou a polícia local nesta terça-feira (15).

As autoridades disseram que os jovens estão impedidos de deixar o país até uma audiência judicial sob a acusação de agressão em Copenhaguen, capital do país, marcada para o dia 24 de abril.

O caso aconteceu por volta das 2h da manhã do dia 31 de março, no horário local, depois que Owen Ray e um amigo retornavam de uma noite fora, no final das férias de primavera na Europa.

Erin Pelton, porta voz da família, disse à CNN que Ray e seu amigo, que não foi identificado, pediram um Uber para retornar ao hotel, mas perceberam que haviam selecionado o destino errado. Sem conseguir atualizar a localização no aplicativo da Uber, eles cancelaram a viagem.

A tarifa cancelada foi paga automaticamente pelo aplicativo, continuou Pelton. Porém, o motorista não acreditou que havia recebido o pagamento, e começou supostamente a ameaçar os estudantes.

Em declarações ao programa “Good Morning America”, ​​da emissora americana ABC, Ray disse que o motorista saiu do carro e começou a gritar que não havia recebido o pagamento, ameaçando “chamar 10 caras”. Ray acrescentou: “Não fizemos nada de errado, fomos vítimas de um ataque”.

O caso foi registrado pela câmera do painel do motorista, que agora faz parte do processo judicial, afirmou Pelton.

Na mesma noite, Ray e seu amigo se prepararam para pegar um voo de volta para os Estados Unidos. No entanto, ainda no dia 31 de março, a polícia informou à CNN que eles foram presos no aeroporto enquanto tentavam deixar o país e levados a um tribunal no mesmo dia, enfrentando acusações de agressão comum.

Os estudantes foram mantidos em prisão preventiva por 10 dias em uma penitenciária dinamarquesa. “Éramos dois em uma cela bem pequena, dormindo em beliches. Passávamos 23 horas por dia na cela. Tínhamos uma hora por dia de tempo no pátio e podíamos fazer uma ligação por semana”, relatou Ray.

Na segunda-feira (14), os jovens foram liberados sem acusações. Seus passaportes foram confiscados e agora eles são obrigados a se apresentar diariamente à polícia dinamarquesa até a audiência judicial do dia 24 de abril.

Naturalmente de Chicago, Ray é estudante da Universidade de Miami, em Ohio. Ele espera poder voltar para casa em maio. “Vou tentar manter uma atitude positiva e torcer para que eles consigam resolver o caso”, disse Ray à ABC.

Seus pais, Andy Ray e Sara Buchen-Ray, acreditam que a suposta agressão não foi provocada, e afirmam que os dois jovens “sofreram nas mãos de um motorista da Uber”.

Em entrevista à WBBM, afiliada da CNN, Sara lembrou-se de ter recebido uma mensagem de um número estrangeiro no dia 31 de março, que dizia: “Mãe, estou preso em Copenhaguen”.

Em um comunicado, os pais de Owen expressaram preocupação com a forma como o caso foi conduzido, dizendo que as autoridades precisam enviá-los aos Estados Unidos o mais rápido possível:

“Continuamos profundamente preocupados com o fato de as autoridades dinamarquesas terem confiscado seu passaporte e não permitirem que ele retorne aos Estados Unidos, algo que entendemos ser incomum em processos judiciais dinamarqueses. Estamos aliviados que Owen tenha sido libertado da prisão após a agressão não provocada que ele e seu amigo sofreram nas mãos de um motorista da Uber”, disseram.

“Os fatos deixam claro que Owen é a vítima neste caso, e pedimos às autoridades dinamarquesas que permitam que ele retorne para casa, nos Estados Unidos, sem demora”, completaram.

O advogado dinamarquês dos jovens, Eigil Strand, chamou o caso de “mal-entendido”:

“Owen Ray e seu amigo estavam em Copenhaguen simplesmente para se divertir”, disse Strand à CNN. “Ambos ficaram muito chocados com a prisão, especialmente porque estavam prestes a embarcar em um avião de volta para casa” continuou.

Ele acrescentou que a situação parece ter se agravado quando o motorista se enganou sobre como seria compensado pela viagem cancelada e, posteriormente, denunciou os estudantes à polícia.

A Uber informou à CNN que o motorista disse que os dois estudantes começaram a brigar no banco de trás do carro e, posteriormente, o agrediram após o término da viagem. O motorista então acionou as autoridades.

Um porta-voz da empresa publicou em um comunicado que “a segurança de todos que usam o aplicativo Uber é nossa principal prioridade e levamos os relatos de violência muito a sério.”

A empresa confirmou que a viagem foi paga e afirmou que está cooperando com as autoridades dinamarquesas na investigação em andamento.

Funcionários da embaixada dos EUA em Copenhaguen estão prestando assistência consular aos dois estudantes, de acordo com o Departamento de Estado do país. “O Departamento não tem prioridade maior do que a segurança dos cidadãos americanos no exterior”, disse um porta-voz à CNN.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Estudantes americanos são detidos na Dinamarca após conflito com Uber no site CNN Brasil.

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