VÍDEO: ataque russo na capital da Ucrânia deixa 9 mortos


Segundo as autoridades locais, ofensiva com mísseis e drones deixou mais de 60 feridos, com 48 pessoas hospitalizadas. Acordo de paz enfrenta novas dificuldades após Trump e Zelensky se desentenderem. Ataque de mísseis e drones na capital da Ucrânia deixa mortos
Um ataque com mísseis e drones realizado pela Rússia atingiu Kiev, capital da Ucrânia, durante a noite desta quinta-feira (24). Segundo a autoridades locais, nove pessoas morreram e outras 63 ficaram feridas.
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Ao menos 42 pessoas foram hospitalizadas, segundo o Serviço Estadual de Emergência da Ucrânia. As operações de resgate estão em andamento para encontrar corpos sob os escombros.
A Associated Press presenciou equipes de resgate retirando pessoas presas sob os escombros e corpos sendo levados.
Incêndios foram registrados em vários edifícios residenciais, segundo Tymur Tkachenko, chefe da administração militar da cidade. O ataque atingiu pelo menos quatro bairros de Kiev.
Oksana Bilozir, uma estudante que estava recebendo atendimento médico por um ferimento na cabeça perto do local do impacto disse que ouviu uma explosão alta após o alarme antiaéreo soar. Ela, então, começou a pegar suas coisas para fugir para um abrigo quando outra explosão fez as paredes de sua casa desabarem e as luzes se apagarem.
“Honestamente, eu nem sei como tudo isso vai acabar, é muito assustador”, disse Bilozir, referindo-se à guerra contra a invasão russa. “Eu só acredito que se pudermos detê-los no campo de batalha, então é isso. Nenhuma diplomacia funciona aqui.”
Anastasiia Zhuravlova, de 33 anos, mãe de dois filhos, estava abrigada em um porão após várias explosões danificarem sua casa. Sua família dormia quando a primeira explosão quebrou as janelas e lançou eletrodomésticos da cozinha pelo ar. Estilhaços de vidro caíram sobre eles enquanto corriam para se proteger no corredor.
“Depois disso, viemos para o abrigo porque estava assustador e perigoso em casa”, disse ela.
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Trump x Zelensky
Trump discute com Zelensky
GloboNews/Reprodução
O ataque ocorreu poucas horas após as negociações de paz parecerem estagnar, com o presidente Donald Trump atacando o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. O republicano disse dizendo que ele estava prolongando o “campo de matança” ao resistir a ceder a Crimeia à Rússia como parte de um possível plano de paz.
Zelensky havia afirma que a Ucrânia jamais cederia a Crimeia à Rússia, que tomou a península em 2014, em um ato condenado internacionalmente.
“Não há o que discutir aqui. Isso vai contra nossa constituição”, declarou.
Zelensky anexou à sua postagem a Declaração sobre a Crimeia de 2018, de Mike Pompeo, então secretário de Estado de Trump, que dizia: “Os Estados Unidos rejeitam a tentativa de anexação da Crimeia pela Rússia e prometem manter essa política até que a integridade territorial da Ucrânia seja restaurada.”
Trump, que teve um confronto com o presidente ucraniano em uma desastrosa reunião no Salão Oval em março, classificou essa declaração como inflamatória e disse que ela dificulta a paz. Em uma postagem nas redes sociais, afirmou que a Crimeia foi perdida há anos “e nem sequer é mais um ponto de discussão”.
Zelensky reconheceu mais tarde, em uma postagem no X, que as conversas em Londres entre autoridades dos EUA, Ucrânia e Europa foram marcadas por fortes emoções, mas expressou esperança de que o trabalho conjunto leve à paz.
Ele reafirmou que a Ucrânia seguirá sua constituição e disse ter certeza de que os parceiros de Kiev, em especial os EUA, “agirão de acordo com suas decisões firmes”.
Trump, que prometeu durante sua campanha acabar com a guerra nas primeiras 24 horas de seu novo mandato, repreendeu Zelensky e afirmou no Truth Social que os EUA estão tentando parar a matança na Ucrânia e que estão “muito perto de um acordo” pela paz.
Mais tarde, Trump disse a repórteres que achou que as conversas em Londres “foram bem”, embora tenha comentado, em referência aparente ao presidente russo Vladimir Putin e a Zelensky: “Precisamos que duas pessoas, duas pessoas fortes e inteligentes, cheguem a um acordo. Assim que isso acontecer, a matança vai parar.”
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, cancelou sua viagem para participar das conversas em Londres, o que levou ao cancelamento de uma reunião mais ampla com chanceleres da Ucrânia, Reino Unido, França e Alemanha — ressaltando as divergências entre Washington, Kiev e seus aliados europeus sobre como encerrar a guerra.
EUA ameaçaram desistir do acordo de paz
Trump disse que abandonará os esforços para intermediar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia dentro de alguns dias, a menos que haja sinais claros de que um acordo é possível. A informação veio a público pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, na sexta-feira (18).
“Não vamos continuar com esse esforço por semanas e meses a fio. Então, precisamos determinar muito rapidamente agora —e estou falando de questão de dias— se isso é viável nas próximas semanas. Se for, estamos dentro. Se não, então temos outras prioridades para focar também”, disse Rubio em Paris, após se reunir com líderes europeus e ucranianos.
O secretário afirmou, ainda, que Trump segue interessado em um acordo, mas está disposto a seguir em frente caso não haja sinais imediatos de progresso.
O Kremlin rebateu a fala de Rubio e disse que as conversas até aqui geraram progresso, inclusive o cessar-fogo no Mar Negro —que teve acusações cruzadas de violações—, e que a Rússia continua comprometida. Porém, afirmou que o contato com os EUA tem sido “complicado”.
“Os contatos são bastante complicados porque, naturalmente, o tema não é fácil”, disse o porta-voz Dmitry Peskov.
Ataque russo na capital da Ucrãnia deixa mortos
REUTERS/Valentyn Ogirenko
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