
O centro de Curitiba passa por um movimento de revitalização. O objetivo é agilizar o comércio da região, dar destinação a uma série de imóveis desocupados e garantir mais segurança às pessoas que frequentam a área central.
Eu conversei com o diretor comercial da Imobiliária Cibraco, o empresário Adalberto Scherer, e ele me informou que existem hoje 2 mil imóveis, entre lojas e conjuntos comerciais, ofertados para locação no centro da cidade, mas que não despertam o interesse de empreendedores, apesar dos preços terem despencado nos últimos cinco anos.
O diretor da Cibraco lembra que antes da pandemia, havia uma grande demanda por pontos comerciais no centro da cidade, que chegavam a ser cotados em dólar. Atualmente, o metro quadrado de uma loja na região central está em R$ 26,00, muito abaixo das lojas alugadas nos bairros do Bacacheri e Portão, por exemplo, cuja locação média é de R$ 40,00 o metro quadrado.
Outro item lamentável, segundo Adalberto Scherer, é que o comércio de rua no centro de Curitiba não conta mais com os grandes varejistas, sendo formado apenas por pequenas lojas, o que acaba inibindo um maior fluxo de consumidores. Os comerciantes também se queixam do alto valor do IPTU. Aliás, a redução desse imposto vem sendo reivindicada pelos empresários, também como uma forma de animar os comerciantes a voltarem a investir no centro da cidade.
No entanto, uma luz começa a se acender no fim do túnel. A implementação do Distrito de Mídia, em um trecho de 592 metros de extensão da via, entre a Travessa da Lapa e a Rua Desembargador Westphalen deve dar uma “nova cara” ao atual Centro.
Esse projeto prevê que empresas de mídia outdoor instalem publicidade e anúncios cinéticos em luminosos e telões nas fachadas e testadas de imóveis.
A falta de vagas de estacionamento e a insegurança no centro da cidade também acabam sendo empecilhos para a abertura de lojas no centro de Curitiba?
Com certeza! O proprietário da imobiliária Invebras, integrante da Rede Una, e presidente da Comissão de Valores Imobiliários do Paraná, Amilton de Souza, sugere a disponibilização de mais vagas do Estacionamento Regulamentado, na região. De acordo com o empresário, a prefeitura precisa rever o estacionamento no centro. Ele explica que como no local não tem shopping e poucas vagas de Estar, acaba-se pagando R$ 20 ou 30 para parar o carro em um estacionamento, o que torna esse processo inviável para os consumidores.
Outra solução para a revitalização da região central da cidade, na opinião do presidente da Comissão de Valores Imobiliários do Paraná é intensificar o policiamento. O empresário me disse que há um ponto crucial, que são os receptadores, os grandes culpados pela marginalidade. Pessoas que dormem na rua, roubam e depois repassam os produtos para os receptadores. Nesse sentido, o setor de segurança precisa atuar o mais rápido possível para conter essa prática.