“Empresa do crime” em SP: polícia descobre central especializada em golpes

Uma estrutura empresarial especializada em aplicar golpes por telefone foi descoberta pela Polícia Civil na última segunda-feira (28). Policiais realizaram a prisão de 11 pessoas envolvidas no esquema, que funcionava na zona Norte de São Paulo.

De acordo com as informações, o responsável por montar o esquema é formado em engenharia e o local contava com uma passagem de fuga a partir de um armário. A descoberta foi feita por policiais da 5ª Delegacia da Disccpat e as apurações tiveram início a partir do furto mediante fraude de um celular.

Os envolvidos, ao perceberem a ação policial, tentaram destruir parte dos materiais usados nos crimes. Inclusive tentando destruir notebooks de última geração. Alguns integrantes da quadrilha chegaram a reagir a prisão. Outros tentaram usar a rota de fuga, que dava acesso a uma sala vazia, mas todos acabaram detidos.

No momento da detenção, o grupo subtraía R$ 50 mil de uma vítima. A quadrilha tinha um aplicativo de mensagens que reunia os integrantes e levava o nome de “Férias em Miami”. Os policiais apreenderam todo o acervo utilizado nos crimes e material de informática.

Os detidos respondem por associação criminosa, furto qualificado, lavagem de dinheiro e resistência.

Entenda como funcionava a estrutura da empresa:

1. Núcleo de liderança e coordenação geral

São os “cabeças” da associação, encarregados do selecionamento de membros para a aplicação de golpes, montagem da estrutura do “escritório” e aquisição de celulares, computadores e instrumentos necessários para a execução do golpe.

2. Núcleo de contato de vítimas e de execução do golpe em si

Criminosos que manipulam listas contendo dados completos de cidadãos comuns, fornecendo endereço, telefones de contato, idade, fonte de renda. Dados fundamentais para o sucesso da execução do crime. Realizam o contato com as vítimas e, utilizando-se de “scripts” previamente elaborados pela “coordenação”, as ludibriam, levando a grandes perdas financeiras.

3. Núcleo de manutenção logística da estrutura

Núcleo composto por um engenheiro que ao ser abordado no interior da central, explicou que sua função no grupo era de realizar a “programação” e manutenção dos equipamentos e “softwares” utilizados na central.

4. Núcleo de lavagem/ocultação de capitais

Núcleo responsável por práticas destinadas a disfarçar/ocultar a origem ilícita de recursos financeiros provenientes de atividades criminosas.

No caso que originou as investigações para a descoberta da quadrilha, a vítima foi induzida a entregar o aparelho ao grupo, acreditando receber orientações do setor financeiro de uma instituição financeira. A alegação era da realização da atualização do aplicativo do banco. O golpe provocou um prejuízo de pouco mais de R$ 744 mil e as investigações indicaram um possível esquema de golpe utilizando uma estrutura de telemarketing.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em três endereços de envolvidos. As ações aconteceram no bairro Picanço, em Guarulhos, na Grande São Paulo, e Vila Dom Pedro II, na Zona Sul. Neste segundo local, uma mulher foi detida, responsável pela administração do esquema. A equipe apreendeu mais de R$ 59 mil e uma coleção de bolsas e sapatos de grifes internacionais.

Este conteúdo foi originalmente publicado em “Empresa do crime” em SP: polícia descobre central especializada em golpes no site CNN Brasil.

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