Influenciador chefiava grupo investigado por aplicar golpe do ‘falso funcionário de banco’ no interior de SP


Segundo o Ministério Público, Igor Fernando Palácio e o comparsa dele, Daniel dos Santos Lima, eram autores intelectuais de quadrilha e planejavam formas de induzir vítimas idosas ao erro para obterem vantagens financeiras. Igor Fernando Palácio ostentava vida de luxo nas redes sociais para mais de 270 mil seguidores
Arquivo pessoal
Investigações do Ministério Público (MP) apontam que o influenciador Igor Fernando Palácio, de 28 anos, atuava como um dos líderes da quadrilha que aplicava golpes do ‘falso funcionário de banco’ — também conhecido como golpe do ‘falso auxílio’.
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Na denúncia encaminhada à Justiça, o MP afirma que Palácio e Daniel dos Santos Lima, de 31 anos, eram autores intelectuais do grupo, e planejavam formas de induzir vítimas idosas ao erro para delas obterem vantagens financeiras.
Segundo a Polícia Civil, o grupo fez mais de dez vítimas na região de Ribeirão Preto (SP) entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022.
Palácio foi preso no domingo (4), em São Paulo (SP). Ele e Lima articulavam as ações em cidades do interior do estado porque as consideravam um ‘setorzinho gostoso’, em referência à ‘facilidade’ para concretização dos golpes na região. O g1 tenta localizar a defesa da dupla.
Igor Fernando Palácio ostentava vida de luxo nas redes sociais para mais de 200 mil seguidores
Arquivo pessoal
Nas redes sociais, o influenciador compartilhava uma vida de luxo com viagens, noite em cassinos, motos, carros e jet-skis para mais de 270 mil seguidores. Desde a prisão dele, usuários têm deixado mensagens de deboche, decepção e até mesmo de apoio.
Palácio e Lima devem responder por associação criminosa e estelionato. Além deles, outras duas pessoas que atuavam como ‘laranjas’, emprestando as contas bancárias para transações, também foram denunciadas pelo MP à Justiça.
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De acordo com o delegado Rodolfo Latif Sebba, o grupo movimentou, pelo menos, R$ 1 milhão em dois anos abordando clientes de agências bancárias. Em Cravinhos (SP), foram três casos. (veja reportagem abaixo)
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À EPTV, afiliada da TV Globo, o Banco do Brasil, também vítima da quadrilha, informou que investe em ações de conscientização sobre golpes financeiros e que está à disposição dos clientes nos canais de comunicação.
Como agia a quadrilha
De acordo com as investigações da polícia, a quadrilha se aproximava, principalmente, de pessoas idosas oferecendo ajuda para que utilizassem caixas eletrônicos em transações.
Câmeras de segurança das agências bancárias flagraram as abordagens. Em um dos casos, uma vítima de 58 anos perdeu R$ 40 mil. Outra vítima, um homem de 76 anos, perdeu aproximadamente, R$ 25 mil.
“O pessoal, geralmente, tem bastante habilidade para conseguir passar uma informação verdadeira ou não. Ele tentam, criam dificuldades e essas dificuldades no movimento de fazer uma ação ali no caixa eletrônico, eles conseguiam ter acesso à informação sigilosa dessa pessoas. E essas informações sigilosas, senhas, possibilitavam uma transferência para uma conta desse possível laranja”, diz o delegado.
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Câmera de segurança
Para conseguir as informações, ainda segundo a polícia, o grupo passava a persuadir ou ludibriar as vítimas.
“Eles se aproximam dessas pessoas e ali, com uma engenharia social, conseguem fazer com que essas pessoas acabem fornecendo ou digitando informações que são confidenciais”.
As investigações da polícia também descobriram que, para agir, o grupo deixava a capital e se concentrava em cidades do interior para despistar as autoridades.
Em uma troca de mensagens que a polícia teve acesso, Daniel diz para um comparsa que o ‘setorzinho é gostoso’, em referência às cidades ‘alvo fácil’ para concretização dos golpes.
Em troca de mensagens, suspeito lista cidades ‘alvo fácil’ para concretização de golpes na região de Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Além de buscar por outros envolvidos no crime, a polícia também vai identificar laranjas que emprestavam contas bancárias para que as transações fossem efetuadas.
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