O que já se sabe e o que falta saber sobre embarcação que pegou fogo no Rio Negro, em Manaus


Acidente ocorreu na madrugada de sábado (27). 58 pessoas foram resgatadas e, até o momento, quatro óbitos foram registrados. Embarcação pega fogo e passageiros se jogam no Rio Negro, no AM
Uma embarcação pegou fogo e passageiros tiveram que se jogar no Rio Negro para fugir das chamas. O acidente aconteceu na madrugada do sábado (27). Ao todo, 58 feridos foram resgatados e quatro mortes já foram confirmadas.
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A embarcação saiu do Porto de Manaus e estava a caminho do município de Santa Isabel do Rio Negro, interior do estado, quando o acidente ocorreu, nas proximidades da Comunidade Santa Maria. A localidade fica a cerca de 40 minutos da capital amazonense.
O g1 fez um levantamento do que se sabe e o que falta saber sobre o caso:
Quem são as vítimas
Quantas pessoas estão internadas
Quantas pessoas estão desaparecidas
Quais as causas do incêndio
O que dizem as testemunhas
O que dizem as autoridades
Quem são as vítimas
Flora Olar tinha 76 anos e está entre uma das vítimas da tragédia.
Divulgação
Até o fim do domingo (28), o Instituto Médico Legal (IML) confirmou quatro mortes em decorrência da tragédia. As vítimas foram identificadas como Flora de Oliveira Olar, de 76 anos; Clotilde Cordovil Venâncio, de 65 anos; Zita Plácido Melgueiro, de 51 anos; e Sirene Dias Oliveira, de 72 anos.
A dona de casa Flora Olar foi a primeira vítima confirmada. Segundo familiares, a idosa tinha ido a capital amazonense para acompanhar o marido em um tratamento de saúde.
“Minha avó inalou muita fumaça. Tentaram fazer o resgate, mas infelizmente não conseguiram”, disse o técnico de enfermagem Arlison Oliveira, neto da vítima.
Outra vítima, Clotilde Venâncio, foi encontrada sem vida a 15 km do local do incêndio. Segundo o relatório do IML, a causa da morte da idosa foi asfixia e afogamento.
A terceira vítima foi identificada como Zita Melgueiro. Ela teria sido encontrada sob a embarcação com o corpo completamente carbonizado, ainda no sábado (27).
No domingo (28), foi confirmada a morte da professora Sirene Oliveira. Ela era residente do município de Santa Isabel do Rio Negro e veio para Manaus realizar uma consulta médica pós cirúrgica. Ela chegou a ser resgatada e levada ao Hospital e Pronto Socorro (HPS) Platão Araújo, mas faleceu após complicações.
Professora aposentada é uma das vítimas do acidente em barco no rio Negro
Reprodução
Quantas pessoas estão internadas
Conforme a última atualização divulgada pela Secretária de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), até o fim da tarde de domingo pelo menos cinco pessoas seguem internadas em unidades de saúde da capital amazonense. O estado de saúde delas não foi divulgado.
Inicialmente, 25 pessoas foram encaminhadas para unidades de saúde de Manaus. Oito pessoas deram entrada no Hospital e Pronto Socorro 28 de Agosto. Destes, apenas um apresentou queimaduras no corpo e os outros sete tiveram escoriações de leve a moderado.
Dez pacientes deram entrada no Serviço de Pronto Atendimento (SPA) Joventina Dias, sendo apenas um com queimaduras leves em uma das pernas.
Outros três pacientes foram levados para o Hospital e Pronto Socorro (HPS) João Lúcio. Uma paciente necessitou de intervenção cirúrgica devido a um trauma no punho. Outros dois pacientes ficaram em observação, com quadro de saúde estável. Outra vítima do incêndio foi encaminhada para o SPA São Raimundo.
Três crianças, com idades entre seis e oito anos, deram entrada no Hospital e Pronto Socorro (HPS) da Criança Zona Oeste apenas com ferimentos leves.
Quantas pessoas estão desaparecidas
De acordo com nota publicada pela Marinha do Brasil na manhã do domingo (28), cinco pessoas seguem desaparecidas. Este número, no entanto, pode sofrer alteração devido ao fato de a única listagem de passageiros ter sido queimada durante o incêndio, não havendo informações precisas sobre o número total de ocupantes na embarcação.
Quais as causas do incêndio
As causas do incêndio ainda são desconhecidas pelas autoridades. Uma perícia deve ser realizada pelo Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) em conjunto com a Marinha do Brasil, nos próximos dias.
Local onde ocorreu a tragédia.
Reprodução/Rede Amazônica
O que dizem as testemunhas
Segundo testemunhas, as chamas se alastraram rapidamente, o que causou a interrupção no funcionamento do maquinário. Por conta disso, as luzes foram apagadas e toda embarcação ficou na completa escuridão.
Na ocasião, os passageiros, sem saber o que estava acontecendo, acabaram entrando em pânico. Para se salvar, as pessoas se jogaram no rio.
O que dizem as autoridades
A Por meio de nota, a Marinha do Brasil informou que continua as buscas por desaparecidos nesta segunda-feira (29). Para isso, estão sendo empregados 120 militares, divididos entre o Navio de Assistência Hospitalar “Soares Meirelles”, o Navio-Patrulha Fluvial “Amapá” e uma equipe móvel de buscas da Capitania dos Portos. Ainda segundo a Marinha, imagens feitas na manhã do domingo (28) indicam que não há mais focos de incêndio na embarcação.
O Governo do Amazonas afirmou que as equipes de resgate do Corpo de Bombeiros seguem trabalhando no local do incêndio na busca de possíveis desaparecidos e ressaltou que estão empregadas três embarcações com 20 profissionais, entre mergulhadores, especialistas em cobate a incêndio, especialistas em altura e especialistas em atendimento pré-hospitalar.
A prefeitura de Santa Isabel do Rio Negro emitiu uma nota declarando luto oficial de três dias em todo o território municipal em sinal de pesar e em homenagem a memória das vítimas do acidente.
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