Importação de produtos chineses pelo Brasil cresceu quase 20% em 2024, diz governo


Levantamento da Apex mostra que volume passou de US$ 53 bi em 2023 para US$ 63 bi em 2024. Lula está na China, e governo anunciou aumento de investimentos chineses no país. Lula foi recebido com pompa por Xi Jinping na China, em abril deste ano
Ricardo Stuckert/Divulgação
A importação de produtos chineses pelo Brasil cresceu quase 20% na comparação entre os anos de 2023 e 2024, segundo levantamento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
A China é o principal parceiro comercial do Brasil no mundo e, em meio ao cenário de “tarifaço” imposto pelo governo dos Estados Unidos, especialistas em comércio exterior e diplomatas apontam que o Brasil precisa agir em duas frentes: negociar com a Casa Branca e ampliar as relações com outros parceiros comerciais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está na China e, nesta segunda-feira (12), o governo brasileiro informou que o país asiático pretende investir R$ 27 bilhões em novos projetos no Brasil.
Esta é a terceira reunião entre Lula e o presidente chinês, Xi Jinping. A viagem à China ocorre após visita oficial à Rússia, onde Lula criticou as medidas norte-americanas e defendeu uma aproximação ao governo Vladmir Putin.
O aceno a Moscou foi visto com incômodo por críticos do governo, que condenam a visita ao país europeu em meio à guerra na Ucrânia.
Lula defende multilateralismo em fórum com empresários na China
Entre os setores de investimentos estão o de delivery, com a plataforma Meituan; o de carros elétricos, com a montadora Great Wall Motors, o de energia limpa, com a estatal CGN; e o de mineração, com o grupo Baiyin Nonferrous.
Relação comercial
A relação comercial entre Brasil e China é superavitária para o Brasil, isto quer dizer que o país mais exporta em valor agregado que importa dos chineses.
Veja abaixo nos números levantados pela Apex:
Exportações do Brasil para China:
2023: US$ 104,3 bilhões;
2024: US$ 94,37 bilhões.
Importação de produtos chineses:
2023: US$ 53,17 bilhões;
2024: US$ 63,6 bilhões.
Com isso, a corrente comercial (somadas as exportações e as importações) registrou os seguintes resultados:
2023: US$ 157,47 bilhões;
2024: US$ 157,97 bilhões.
Considerando o saldo das exportações brasileiras para a China menos as importações de produtos chineses, o resultado é positivo para o Brasil nos dois anos:
2023: US$ 51,13 bilhões (positivo para o Brasil);
2024: US$ 30,77 bilhões (positivo para o Brasil).
‘Parceiros ‘incontornáveis’
Ao participar da cerimônia de encerramento do Fórum Empresarial Brasil-China, em Pequim, o presidente Lula disse nesta segunda-feira que Brasil e China são parceiros “incontornáveis”.
“Demos mais um passo para fortalecer nosso intercâmbio bilateral e criar oportunidades de comércio, investimento e desenvolvimento. China e Brasil são parceiros estratégicos e atores incontornáveis nos grandes temas globais”, afirmou Lula na ocasião.
Brasil pode vender mais 400 produtos para a China
Outro levantamento, também feito pelo Apex, mostra que, considerando somente alguns países do Brics (Rússia, Índia, China e África do Sul), o Brasil tem cerca de 1,6 mil produtos que pode vender a mais para esses aliados em setores como proteína animal, alimentos processados e rochas ornamentais.
Só no caso da China, conforme a Apex, o Brasil tem 400 produtos a oferecer para o país asiático.
No atual contexto internacional, o estudo da Apex afirma que “a nova política tarifária do governo Trump nos EUA pode levar a uma maior aproximação comercial do Brasil com os países do grupo”, isto é, do Brics.
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