Bonecas bebê reborn, miniaturas de carros e móveis hiper-realistas ganham espaço na internet e conquistam colecionadores de todas as idades
O universo dos brinquedos colecionáveis ganhou uma nova dimensão com a popularidade de peças hiper-realistas. Nas redes sociais, o que antes era nicho virou febre. Entre os destaques, está o bebê reborn, boneca artesanal com aparência idêntica à de um recém-nascido que conquistou celebridades, influenciadores e milhões de seguidores.
Além das bonecas, outras linhas de brinquedos realistas têm atraído um público cada vez maior. Réplicas de carros em escala detalhada, por exemplo, encantam desde crianças até adultos, que montam coleções em prateleiras organizadas como garagens em miniatura. Cada modelo é construído com partes móveis, imitando os veículos originais com perfeição.
Miniaturas de móveis e casas de boneca também fazem parte desse movimento. Criadores artesanais desenvolvem cômodos inteiros, com estofamento, papel de parede e utensílios de cozinha. Figuras de animais hiper-realistas, como cães e gatos, completam o cenário, reforçando a ideia de um universo em que tudo é pequeno, mas impressionantemente real.
Um dos destaques nessa tendência é o bebê reborn, que atrai tanto colecionadores quanto admiradores do artesanato hiper-realista. A febre, que tomou conta das redes, não se sustenta apenas pela aparência detalhada, mas pela conexão que as pessoas criam com esses objetos.
Em vídeos que somam milhares de curtidas, os colecionadores mostram seus bebês com roupas de verdade, acessórios de cuidados diários e até quartos montados para os bonecos. Os registros vão desde trocas de fralda até simulações de mamadas e consultas pediátricas.
Mais do que uma brincadeira, os bonecos realistas se tornaram uma forma de expressão e até de cuidado emocional. Há quem encontre neles uma maneira de lidar com perdas, amenizar a solidão ou simplesmente expressar o amor pela maternidade de forma simbólica. E nas redes, essas histórias têm encontrado grande acolhimento.
O sucesso do hiper-realismo
Celebridades ajudaram a popularizar ainda mais o bebê reborn, compartilhando suas experiências com esses bonecos detalhados que, em muitos casos, custam mais do que o enxoval de um bebê de verdade. E não se trata apenas de bonecas humanas. A tendência se expandiu para os chamados “pig reborn”, porquinhos realistas que também viralizaram.
Cada boneco é feito à mão, com pintura em camadas, cabelo implantado fio a fio e materiais que simulam pele, peso e textura. O resultado é tão fiel à realidade que muitos vídeos causam espanto à primeira vista. O valor de um modelo pode passar de R$ 5 mil, especialmente quando assinado por artistas renomados.
Não por acaso, a estética desses brinquedos é uma das chaves para o sucesso nas redes. O visual realista chama a atenção, mas é a forma como os colecionadores interagem com os bonecos que gera engajamento. A humanização, ainda que simbólica, cria identificação e transforma o conteúdo em uma espécie de série cotidiana para os seguidores.
Emoção, mercado e impacto social
O Brasil é um dos maiores centros de produção e consumo desse tipo de boneco no mundo. E a visibilidade nas redes sociais tem papel fundamental nesse avanço. Plataformas de venda relatam alta demanda, filas de espera e estoques rapidamente esgotados.
Esse crescimento de interesse também impacta o mercado. Além dos vídeos, os perfis passaram a vender bonecos, promover leilões e abrir encomendas personalizadas. Há opções com nomes, certidões de nascimento, roupas feitas sob medida e até festas de boas-vindas. Tudo para reforçar a ideia de que cada peça é única.
O uso dos bonecos também tem encontrado espaço na área da saúde. Em instituições de longa permanência, o contato com o bebê reborn é usado como estímulo para idosos com Alzheimer ou outras doenças neurodegenerativas. A sensação de acolhimento e a ativação da memória afetiva são alguns dos efeitos relatados por profissionais da área.
A repercussão nas redes fez surgir um novo tipo de influenciador: os “pais” e “mães” reborn. Com milhares de seguidores, esses perfis compartilham rotinas completas com os bonecos, como se fossem filhos reais. Alguns gravam vídeos de passeio no parque, visita ao médico, aniversários e até amamentação simbólica.
A psicanálise também tem se debruçado sobre o fenômeno. Especialistas apontam que o apego aos bonecos, em muitos casos, é uma extensão simbólica de afetos não vividos, sem que isso represente um problema de saúde mental. Para muitos colecionadores, os bonecos funcionam como canal legítimo de expressão emocional.
Essa nova forma de colecionismo mostra que os brinquedos, mesmo quando não servem para brincar no sentido tradicional, ainda são capazes de provocar emoções profundas. Em tempos digitais, o realismo virou ponte entre o afeto e a arte.
Créditos: Freila / iStock
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