Todo inverno as águas do Litoral Sul de Santa Catarina se transformam em palco para as baleias-francas. As gigantes do mar procuram a região para acasalar, parir e amamentar os filhotes, e proporcionam aos turistas cenas de impressionar os olhos. Em 2024, a Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca recebeu mais de 8 milhões de visitantes. Entre os municípios que fazem parte da APA está Garopaba, que deu mais um passo rumo ao desenvolvimento do ecoturismo regional. Nesta quarta-feira (14), a cidade se tornou pioneira em Santa Catarina ao firmar um Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a Prefeitura de Garopaba e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A assinatura do prefeito Junior Abreu abre os caminhos para a implementação e consolidação dos “Caminhos da Baleia Franca”, que recentemente foi reconhecida pelo Ministério do Meio Ambiente (Portaria MMA nº 1.372/2025) como parte integrante da Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade (RedeTrilhas). O prazo de vigência do acordo é de 5 anos e não prevê a transferência de recursos orçamentários, e sim a execução de um minucioso Plano de Trabalho. “Isso é um marco na valorização do patrimônio natural, histórico e cultural da nossa região”, afirma a guia de turismo, Claudete Medeiros, que faz parte do grupo de trabalho da Prefeitura de Garopaba.
O secretário de Turismo, Esporte e Desenvolvimento, Sérgio Lima, revela que o acordo consolida o município como um destino turístico que está em expansão, com uma visão de desenvolvimento sustentável. “Aliamos a conservação ambiental, o desenvolvimento do nosso turismo e a valorização das nossas belezas naturais. Ao unir forças com o ICMBio, damos um passo estratégico para transformar nossa rica biodiversidade e nosso patrimônio cultural em motores de desenvolvimento econômico, social e ambiental, de forma equilibrada”, destaca.
A trilha
Os Caminhos da Baleia Franca é nome dado para a trilha de longo curso que passa pelos municípios Balneário Rincão, Jaguaruna, Laguna, Imbituba, Garopaba e Paulo Lopes. Ao todo são cerca de 160km de extensão, que conecta praias, trilhas e caminhos costeiros dos municípios abrangidos pela Unidade de Conservação(UC), bem como se encontra com outras UCs, como a do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro e os Parques Nacionais de São Joaquim e Aparados da Serra. Além disso, faz parte da maior trilha nacional corredor litorâneo – Trilha Oiapoque x Barra do Chuí.
A trilha é planejada para ser percorrida de sete a dez dias de caminhada, com etapas de até 16 km, sendo possível realizar a travessia em menor tempo com mais tempo de pernoite. É ideal para caminhadas e slackpacking, com a possibilidade de observar baleias-franca durante o período de migração. A Trilha dos Caminhos da Baleia Franca foi inicialmente idealizada por voluntários locais, a partir da demanda social da conectividade de trechos, tendo apoio do IFSC e ICMBio (2018).
Historicamente, um pequeno trecho das trilhas locais foi manejado e implementado em 2011. Em 2015 foi realizada uma Oficina de Planejamento e Manejo de Trilhas e em 2018 a ideia foi retomada com a Oficina de Sinalização de Trilhas. A partir de um novo levantamento feito pelo ICMBio (2020) e o aporte da força de trabalho dos Brigadistas do Uso Público da APA da Baleia Franca, os Caminhos da Baleia Branca passou a ser de fato implementado novamente.
Plano de trabalho
Agora, com o Acordo de Cooperação Técnica entre a Prefeitura de Garopaba e o ICMBio, mais um passo foi dado na consolidação dos Caminhos da Baleia Franca. Veja abaixo os pilares que nortearam as atividades realizadas nos próximos cinco anos.
1) Planejar e elaborar documentos para identificar o percurso e direcionar as intervenções em campo como mapeamento das trilhas que fazem parte do percurso, com inventário de atrativos, infraestruturas, necessidades de manejo, manutenção e sinalização;
2) Sensibilizar e mobilizar a população local sobre a importância ambiental, assim como para o desenvolvimento do turismo local na implantação dos trechos do Caminho Baleia Franca para obter apoio e autorização de intervenção, quando for o caso;
3) Realizar as intervenções de manejo em pontos críticos onde foram observados processos erosivos em estágios avançados, com perdas de solo, riscos para usuários e impactos relevantes;
4) Produzir sinalização, assim como sua implantação nas trilhas locais e travessias de praia e em outros locais estratégicos, para sinalizar e divulgar a trilha;
5) Divulgar e capacitar públicos estratégicos para consolidação dos Caminhos da Baleia Franca e sua gestão, como guias de turismo, condutores locais, empresários e comunidades locais.
Fonte: PMG
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