O júri no julgamento de Sean “Diddy” Combs por extorsão e tráfico sexual foi dispensado nesta segunda-feira (19) após ouvir o depoimento de três testemunhas — Dawn Richard, ex-integrante do grupo musical Danity Kane; Kerry Morgan, amiga de Cassie Ventura de 2001 a 2018; e David James, ex-assistente de Combs.
O rapper se declarou inocente de cinco acusações criminais de conspiração de extorsão, tráfico sexual e transporte para fins de prostituição. Ele está detido desde setembro em uma prisão no Brooklyn quando não está no tribunal. Se condenado por todas as acusações, ele pode pegar de 15 anos à prisão perpétua.
Veja um resumo do que foi dito
Dawn Richard, ex-integrante do grupo musical Danity Kane
- Richard disse que, após presenciar o comportamento violento de Combs, aconselhou Ventura a deixá-lo. Ela afirmou que não interveio por medo de sua própria segurança.
- Também testemunhou que não falou imediatamente sobre os abusos que presenciou porque Combs e Harve Pierre, ex-presidente da Bad Boy Records, pediram que não o fizesse. Questionada sobre o que a motivou a falar agora, ela apontou para Ventura.
- Richard afirmou que “frequentemente” via Combs usando drogas como maconha, cetamina e cocaína. Disse que não o viu usar opiáceos.
- Ela disse ter ouvido Combs discutir a carreira de Ventura com ela, e que, durante essas conversas, às vezes ele se tornava violento, embora normalmente dissesse que a carreira de Ventura avançaria no tempo dele.
- Richard relatou ter visto Cassie Ventura com machucados no rosto, braços e pernas após episódios de violência cometidos por Combs. Ventura tentava esconder os ferimentos com roupas, maquiagem e óculos escuros.
Kerry Morgan, amiga de Ventura de 2001 a 2018
- Morgan afirmou ter sido melhor amiga de Ventura por 17 anos, mas que atualmente não se falam porque, em 2018, “o namorado dela me agrediu”, especificando depois que se tratava de Combs.
- Testemunhou ter visto Combs ser fisicamente violento com Ventura em duas ocasiões, além de tê-la agredido. Disse que recebeu dinheiro de Combs e assinou um acordo de confidencialidade (NDA). Morgan afirmou que Combs não estava intoxicado durante esses episódios.
- Morgan relatou que, quando conheceu Ventura, ela era muito confiante, mas que ao longo da amizade, de 2001 a 2018, Ventura “perdeu a confiança”. Ela ouviu Combs criticar a aparência, o comportamento e as amizades de Ventura.
- Morgan disse que incentivou Ventura a procurar a polícia no dia do incidente ocorrido em um hotel em 2016. No entanto, contou que nunca chamou a polícia durante os episódios de violência porque Ventura não queria.
- Segundo Morgan, Ventura dizia que não podia deixar Combs porque “ele controlava tudo”. Depois, ela declarou que Combs controlava “o trabalho, o carro, o apartamento dela. Ele controlava tudo. Ela teria perdido todo seu sustento.”
David James, ex-assistente de Combs
- James disse que acompanhava Combs todos os dias em que ele trabalhava, viajando com ele pelo mundo.
- Afirmou que os seguranças de Combs frequentemente diziam para ele “ficar na dele”, especialmente quando fazia muitas perguntas.
- Relatou uma conversa com Ventura em que ela teria dito: “Cara, esse estilo de vida é uma loucura.” Ele disse que concordou e sugeriu que ela fosse embora. Segundo James, Ventura respondeu: “Não posso. Não consigo sair.” Ela contou que Combs controlava sua carreira musical, pagava seu apartamento e lhe dava uma mesada.
- James continuará seu depoimento amanhã pela manhã.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Caso Diddy: veja os destaques dos depoimentos desta segunda (19) no site CNN Brasil.