Julgamento de PM acusado de matar lutador em SP é suspenso pela Justiça

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) suspendeu o júri popular do policial militar Henrique Otavio Oliveira Velozo,  acusado de matar o lutador de jiu-jítsu Leandro Lo com um tiro na cabeça. A decisão foi publicada pela Justiça nesta quarta-feira (22).

O julgamento do policial estava agendado para hoje (22) e amanhã (23) deste ano. Uma nova data deverá ser marcada, entretanto, ainda não há uma previsão.

A decisão foi tomada pelo desembargador Marco Antônio Cogan, do TJ-SP. Os advogados do suspeito alegaram que o juiz prejudicou o direito de defesa, pois três dias antes do julgamento, o mesmo não quis ouvir os depoimentos dos peritos particulares, alegando que os pareceres escritos já eram suficientes.

O juiz Marco Antônio determinou que o júri deve ser marcado com urgência, pois se trata de um réu preso. Além disso, o outro juiz deve apresentar explicações formais sobre o caso.

Entenda o caso

O caso ocorreu em agosto de 2022, quando Leandro Lo, octacampeão mundial da modalidade, foi baleado na cabeça durante um show no Clube Sírio, na zona sul de São Paulo. Desde então, o tenente Velozo permanece detido preventivamente no presídio Romão Gomes, na Zona Norte da cidade.

Segundo as investigações policiais, Leandro Lo se envolveu em uma discussão no clube. Em um primeiro momento, o lutador teria derrubado o policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, que o teria provocado.

Velozo, então, teria se retirado do local e retornado armado, efetuando um disparo fatal na cabeça do atleta. Após o disparo, o policial ainda teria chutado Lo duas vezes, mesmo com o lutador já desacordado no chão, antes de deixar o local.

Henrique Velozo se apresentou à Corregedoria da Polícia Militar no dia seguinte ao crime e foi conduzido à delegacia para prestar depoimento. A Justiça decretou sua prisão temporária, que posteriormente foi convertida em preventiva. O PM foi indiciado por homicídio por motivo fútil, e o caso segue sob investigação do 16° DP, na Vila Clementino.

Apesar de estar detido preventivamente, o policial militar Henrique Otavio Oliveira Velozo continua recebendo seu salário de tenente da PM. Em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo de São Paulo retomasse o pagamento do soldo mensal ao policial, sob o entendimento de que a suspensão da remuneração só seria legal após uma condenação com trânsito em julgado.

CNN tenta contato com a defesa do Policial Militar Henrique Otavio Oliveira Velozo e o espaço segue aberto.

*Sob supervisão de Carolina Figueiredo

Este conteúdo foi originalmente publicado em Julgamento de PM acusado de matar lutador em SP é suspenso pela Justiça no site CNN Brasil.

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