Professor paraense de origem quilombola concorre a prêmio literário nacional com livro sobre narcotráfico na Amazônia


O pesquisador concorre na categoria ‘Geografia de Geociências’, do prêmio Jabuti Acadêmico 2024, com o livro ‘Geopolítica do narcotráfico na Amazônia’. O paraense é um dos indicados nesta edição, junto com a professora Maria Betânia Albuquerque. Professor Aiala Colares estuda a expansão do tráfico de drogas na Amazônia
Divulgação
Foi no quilombo de Pitimandeua, em Inhangapi, distante a 92 quilômetros de Belém, que nasceu o professor Aiala Colares, um dos paraenses finalistas ao prêmio Jabuti Acadêmico 2024, na categoria ‘Geografia de Geociências’, com o livro ‘Geopolítica do narcotráfico na Amazônia’.
A premiação é destinada às obras acadêmicas publicadas em Língua Portuguesa no Brasil e os vencedores serão conhecidos no dia 6 de agosto, em São Paulo.
Vida e estudos
Aiala se debruça a estudar temas relacionados à violência desde a graduação, há mais de 20 anos. A pesquisa dele ajuda a compreender a dinâmica sobre como o tráfico de drogas se expandiu pelo território amazônico e de que forma a disputa de facções criminosas alcança espaços cada vez maiores nas cidades.
“Toda a minha trajetória enquanto pesquisador foi estudando o narcotráfico e produzir monografia, dissertação e tese com o tema, sendo, inclusive, contemplado com o Prêmio Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea), em 2008, da Universidade Federal do Pará (UFPA)”, diz.
Embora tenha origem quilombola, Aiala cresceu na periferia de Belém. Mudou-se, ainda criança, com a mãe, para o bairro da Terra Firme, um dos territórios com estigmas de violência da cidade.
Vivi num contexto conturbado das gangues de rua de Belém, onde vi vários amigos de infância se perderem para a criminalidade, sobretudo, para o tráfico de drogas, disse o pesquisador.
Aiala Colares sempre estudou em escola pública. É militante do Movimento Negro e responsável pela elaboração do documento que institui as cotas raciais na Universidade do Estado do Pará (Uepa), onde leciona atualmente.
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Prêmio
O prêmio é concedido pela Câmara Brasileira do Livro, com o apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Em relação ao prêmio Jabuti Acadêmico 2024, o pesquisador se diz surpreso por ter chegado à final. O trabalho dele foi indicado pela editora Appris.
Estar entre os finalistas do Prêmio Jabuti Acadêmico é provar que aqui na Amazônia, e, em especial, no Pará, também se faz ciência com responsabilidade e de forma orgânica e preocupada com as transformações sociais, afirma o pesquisador.
Além dele, também é finalista ao prêmio Jabuti Acadêmico 2024, a professora da Universidade do Estado do Pará (Uepa) Maria Betânia Albuquerque.
Professora da Uepa, Maria Albuquerque, é finalista ao prêmio Jabuti Acadêmico
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Ela concorre na categoria ‘Ciência da religião e Teologia’, com o livro ‘Mestres da ayahuasca: em contextos religiosos’, organizado por ela e pelo pesquisador Wladimyr Sena Araújo.
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