América Latina deve manter planos fiscais em meio a incertezas, diz FMI

Os países da América Latina devem manter políticas fiscais prudentes para fortalecer suas economias em meio a uma rápida escalada das tensões comerciais e das incertezas, disse Nigel Clarke, vice-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), à Reuters nesta sexta-feira (6).

“Agora não é hora de mudar a estrutura ou abandonar os planos fiscais”, disse Clarke em uma resposta por escrito antes de visita ao Paraguai nesta sexta-feira, onde ele lançará um programa de treinamento regional para “fortalecer a capacidade analítica e institucional em toda a região”, de acordo com Clarke.

A América Latina resistiu ao impacto da pandemia da Covid-19 melhor do que o esperado, reconheceu ele, retirando as políticas de apoio emergencial introduzidas durante a crise sanitária em tempo hábil.

No entanto, desde então, países incluindo Brasil, Chile, Colômbia, México, Paraguai, Peru e Uruguai voltaram a ter níveis de endividamento semelhantes aos observados no auge da pandemia em 2020.

Isso significa que suas economias estão expostas a mais riscos decorrentes da volatilidade do mercado, especialmente nos Estados Unidos, em um momento em que é mais difícil projetar o crescimento global.

“Nossa mensagem para os países da América Latina e do Caribe é que continuem implementando as reformas estruturais necessárias e fortaleçam a resiliência de suas economias”, disse Clarke, acrescentando que o comércio deve ser aprofundado por meio da redução das barreiras comerciais.

Em abril, o FMI revisou para baixo sua estimativa de crescimento para a América Latina e o Caribe para 2,0%, de 2,5% em janeiro e ante expansão de 2,4% no ano passado.

Essa revisão foi impulsionada principalmente pela economia do México, fortemente interligada com a dos Estados Unidos, já que as tarifas comerciais norte-americanas afetam as exportações.

Clarke lançará nesta sexta-feira no Paraguai um programa regional de treinamento do FMI para a América do Sul e o México, com o objetivo de apoiar os países na formação profissional e na atualização de dados.

O programa de treinamento regional, organizado pelo banco central do Paraguai, terá início na sexta-feira com oito cursos distribuídos ao longo dos próximos 12 meses, sendo que o primeiro se concentrará em políticas macroeconômicas e fiscais.

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