O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a inclusão de mais países no Conselho de Segurança na ONU durante uma coletiva de imprensa em Paris, durante a viagem de Estado à França, neste sábado (7).
Lula afirmou que “hoje nós temos o período que tem mais conflito desde a Segunda Guerra Mundial”.
“Por isso é que nós estamos defendendo urgentemente mudar o estatuto da ONU e fazer um Conselho de Segurança mais representativo”, acrescentou.
O presidente então listou países como Nigéria, Etiópia, Egito, Alemanha e Japão.
“Só a África tem três países com mais de 100 milhões de habitantes. A Nigéria com 226, a Etiópia com com 126. O Egito com 106 milhões de habitantes, ninguém tá na ONU”, argumenta.
“Eu poderia falar, como eu disse para o Trump, como eu disse para o Macron, abre o seu coração para o Brasil no acordo…abre o seu coração no Conselho de Segurança e deixa outros países entrarem para ver se a gente consegue mudar um pouco o mundo”, afirma Lula.
Cinco países são integrantes permanentes do Conselho de Segurança da ONU:
- China;
- Estados Unidos;
- França;
- Reino Unido;
- Rússia.
Anualmente, a Assembleia-Geral da ONU elege cinco integrantes não-permanentes para um mandato de dois anos.
O Conselho é o principal órgão da ONU com competência para lidar com temas para a paz e a segurança internacional.
O órgão pode impor sanções ou recomendar, em último recurso, intervenção militar, além de autorizar operações de paz e segurança.
Os cinco integrantes permanentes têm poder de veto. Se algum deles, por exemplo, votar contra alguma resolução, ela não é aprovada, não importa quantos votos tenha a favor.
Criação de um Estado Palestino
Lula também voltou a criticar as Nações Unidas no âmbito da resolução do conflito na Faixa de Gaza durante a coletiva de imprensa deste sábado.
O presidente afirma que mundo fecha os olhos para o que ocorre no enclave e que a ONU “não tem força para criar o Estado palestino”
“Agora, tão grave quanto a Ucrânia é Gaza, porque a guerra entre Rússia e a Ucrânia são dois exércitos formais brigando. Gaza não. Gaza é um exército altamente profissionalizado, matando mulher e criança. Eu fico pasmo com o silêncio do mundo“, afirmou o presidente em Paris.
“Foi demarcado em 1967, a área em que os palestinos poderiam construir seu país. E tá sendo tomada a terra demarcada em 67. E a nossa briga por governança é isso”, ele acrescentou.
“A ONU que teve coragem de criar o Estado de Israel não tem força para criar o Estado palestino”, Lula afirma.
Com informações de Lucas Mendes da CNN.
