O senador colombiano Miguel Uribe, de 39 anos, foi alvo de um atentado a tiros neste sábado (7) em Bogotá, capital da Colômbia. O político, que é uma figura proeminente da oposição ao atual governo, discursava em um evento num parque da cidade quando foi atingido pelos disparos.
Uribe, que já se colocava como pré-candidato presidencial para as eleições de 2026, foi imediatamente socorrido e levado a um hospital local. Após passar por cirurgia, seu estado de saúde é considerado grave.
As autoridades colombianas informaram que um adolescente de 15 anos foi detido como suspeito do ataque. As investigações prosseguem para identificar possíveis outros envolvidos no episódio.
Histórico de violência política
O atentado contra Miguel Uribe reacende preocupações sobre a violência política na Colômbia, um país com um longo histórico de conflitos armados e instabilidade institucional. Nas últimas décadas, o país sul-americano enfrentou desafios relacionados ao narcotráfico, grupos paramilitares e guerrilhas.
A professora de relações internacionais da Unifesp Regiane Bressan explica que a Colômbia enfrenta uma “dificuldade de governabilidade” há cerca de 30 anos. “O país sofre uma pressão muito grande pelos grupos ligados ao narcotráfico, então é um país que vive tensões cotidianas dentro da sua política”, afirma.
Uribe, que ficou órfão de mãe aos seis anos quando ela foi morta em um episódio ligado ao narcotráfico, representa uma forte oposição ao atual presidente Gustavo Petro. Ele tem criticado os índices de criminalidade e as políticas de segurança pública do governo.
Impactos no cenário eleitoral
O ataque a Miguel Uribe pode ter consequências significativas para o cenário político colombiano, especialmente considerando as eleições presidenciais previstas para 2026. Bressan avalia que o episódio “acende mais uma preocupação em relação à própria democracia no país”.
A Colômbia enfrenta o desafio de manter a estabilidade democrática em meio a pressões de diversos grupos de interesse. O governo de Gustavo Petro, o primeiro presidente de esquerda eleito no país, tem enfrentado dificuldades para implementar sua agenda política.
O atentado contra Uribe adiciona mais tensão a um cenário já complexo, marcado por disputas entre diferentes forças políticas e a persistente influência do narcotráfico. As autoridades colombianas agora enfrentam a tarefa de garantir a segurança dos atores políticos e preservar a integridade do processo democrático no país.