Um homem de 42 anos que andava com o corpo do próprio avô, de 77 anos, em uma cadeira de rodas, na região central de Manaus (AM), estaria levando o idoso para realizar um empréstimo bancário para comprar itens para casa, de acordo com uma das linhas de investigação da Polícia Civil do Amazonas.
O homem foi preso na tarde do último sábado (7), quando populares que estavam no local estranharam a situação do idoso, que estava imóvel na cadeira de rodas, e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A polícia também não descarta a possibilidade de homicídio ou até mesmo estelionato.
“O perito verificou rigidez cadavérica, mas não pôde precisar o tempo exato da morte naquele momento. Somente com os laudos definitivos do Instituto Médico Legal (IML) e da perícia criminal poderemos esclarecer quando, de fato, ocorreu o óbito e se houve algum tipo de crime, como vilipêndio de cadáver ou tentativa de estelionato”, explicou Alessandro Albino, diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM).
Segundo um filho do idoso, ele já não via o pai desde novembro, data em que o neto levou a vítima para morar com ele.
O corpo da vítima apresentava feridas, mas, conforme avaliação preliminar da perícia e relatos de familiares, essas lesões podem estar relacionadas a comorbidades preexistentes. O idoso era hipertenso, diabético e fazia uso de bolsa de colostomia.
Também não foi identificado indícios de maus-tratos.
Após ser preso, o suspeito foi levado para a Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) para prestar esclarecimentos. “O procedimento ainda está em andamento. O homem segue sendo ouvido e, ao término, será decidido se permanecerá detido”, afirmou o delegado.
A Polícia Civil também aguarda os resultados dos laudos da perícia, que devem apontar por quais crimes o homem deverá responder. O caso segue sob investigação.
Novo caso “Tio Paulo”
O caso de Manaus é parecido com o que ocorreu no Rio de Janeiro, em abril do ano passado, que ficou conhecido como caso “Tio Paulo”. Na ocasião, a sobrinha do idoso Paulo Roberto Braga, de 68 anos, Érika de Souza Vieira, foi presa pela Polícia Civil do Rio, depois de levar o tio, que estava morto, para fazer um saque de R$ 17 mil relacionado a um empréstimo bancário.