
Canetas usam substâncias como a semaglutida, a liraglutida e a tirzepatida. Os medicamentos Ozempic, Wegovy e Mounjaro são aplicados com canetas subcutâneas e têm ganhado espaço na busca pela perda de peso
Reprodução/Novo Nordisk/Eli Lilly
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira (9) o Mounjaro (tirzepatida) para o uso do tratamento da diabetes. O medicamento chegou no Brasil no último mês e se soma a uma lista de “canetas” usadas no tratamento da obesidade e diabetes. (Veja a lista abaixo)
As substâncias mais comuns são a semaglutida, liraglutida e, agora, a tirzepatida. Com elas, os medicamentos agem como análogos (muito parecidos) ao hormônio GLP-1. Nosso corpo produz esse hormônio e ele é secretado principalmente pelas células do intestino. Ele vai até o cérebro, no hipotálamo, e estimula algumas células, diminuindo o apetite.
O Monunjaro é a mais recente aprovação e se soma a uma lista de mais de dez canetas, de fabricantes diferentes, mas com o mesmo princípio ativo. As aprovações são para o uso para a obesidade e diabetes tipo 2. No entanto, ainda que uma caneta não tenha a aprovação para a obesidade, ela pode ser usada para essa finalidade como “off label”.
Veja a lista de medicamentos aprovados no país
Abaixo, entenda como funcionam as canetas:
Retratutida
Perda de peso alegada: 24% ao longo de um ano
Modo de uso: caneta de uso semanal
Remédios: em fase de estudo, ainda não disponível em nenhum remédio
Ainda em fase de estudos, o medicamento tem se mostrado um dos mais promissores na busca pela perda de peso, capaz de reduzir em um quarto o peso do paciente. A pesquisa com a substância ainda vai passar por uma nova fase, com previsão de conclusão para 2026.
Como funciona a retratutida?
O remédio simula três hormônios do corpo que atuam para inibir o apetite:
GLP-1: responsável pela sensação de saciedade;
GIP: que melhora a secreção de insulina após uma refeição;
GCG: que aumenta o nível de glicose no sangue.
É essa combinação que, segundo os especialistas, faz com que a perda de peso seja maior do que a proporcionada por os medicamentos que já estão no mercado, além de controlar a diabetes tipo 2.
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Tirzepatida
Perda de peso alegada: 20% ao longo de 36 semanas
Modo de uso: caneta de uso semanal
Remédios: Mounjaro e Zepbound
Considerada, atualmente, a substância mais efetiva na perda de peso disponível no mercado. A redução de peso com o uso do remédio chega a valores superiores a 20% em um período de 9 meses – como demonstraram dados de um estudo publicado na revista científica JAMA (Journal of the American Medical Association).
Como os demais remédios que geram perda de peso, a tirzepatida controla a glicose no sangue e proporciona uma sensação de saciedade, também simulando o funcionamento de hormônios no corpo.
Apesar de já ter seu uso aprovado pela Anvisa para o tratamento de diabetes tipo 2, o Mounjaro ainda não está disponível no mercado brasileiro por conta da alta demanda global.
Como funciona a tirzepatida?
A substância é semelhante a atuação de dois hormônios:
GIP: que atua na liberação de insulina, diminuindo o apetite e a glicose sanguínea;
GLP-1: que atrasa o esvaziamento gástrico, promovendo a saciedade e diminuindo o apetite.
Os estudos que serviram de base para a aprovação do remédio junto à Anvisa apontam que o Mounjaro apresenta resultados superiores de controle da glicemia e de redução de peso quando comparado ao Ozempic.
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Semaglutida e liraglutida
Perda de peso alegada: 6% ao longo de 12 semanas
Modo de uso: caneta de uso diário (liraglutida) e semanal (semaglutida)
Remédios: Victoza e Saxenda (liraglutida); Ozempic e Wegovy (semaglutida)
(O Rybelsus, que também tem a semaglutida como princípio ativo, é vendido na forma oral).
A semaglutida e a liraglutida ainda são as principais substâncias de canetas injetáveis utilizadas para os tratamentos de diabetes 2 e obesidade.
Assim como os que foram estudados mais recentemente, medicamento reduz o apetite e dá a sensação de saciedade. Ele precisa estar inserido em uma estratégia de tratamento e ser administrado junto ao acompanhamento de um médico.
Como funcionam a semaglutida e a liraglutida?
Diferentemente dos remédios mais atuais, a semaglutida e a liraglutida simulam o funcionamento de somente um hormônio do corpo: o GLP-1.
Naturalmente, esse hormônio é secretado principalmente pelas células do intestino. Ele vai até o cérebro, no hipotálamo, e estimula algumas células, diminuindo o apetite (veja no infográfico).
Contudo, o GLP-1 tem um tempo de vida curto. A DPP4, uma enzima produzida pelo nosso organismo, acaba rápido com o efeito do hormônio, fazendo com que a sensação de fome ocorra rápido. No caso dos medicamentos que simulam a ação do hormônio, há uma resistência à ação da enzima DPP4, fazendo com que durem mais no corpo.
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