O advogado do almirante Almir Garnier Santos, Demóstenes Torres, perguntou, durante o interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (9), se poderia ter o “momento ministro Alexandre de Moraes”, “sim ou não?”, em instante inesperado.
A fala descontraída arrancou risos no julgamento. Moraes chegou a entrar na “brincadeira” também.
Minutos antes da interação, o ministro do STF questionou o tenente-coronel Mauro Cid, se Garnier atuava em algum grupo “radical”, ou “moderado”, em trama golpista.
Cid declarou que “a divisão dos grupos não foi pelos nomes, foi pelas situações que cada grupo apresentava ao presidente. Depois, no desenvolver, eu pude detalhar mais, mas a ideia geral era que a divisão dos grupos facilitasse o entendimento de como eu ia apresentar as ideias. A divisão dos grupos foi na minha cabeça”.
Em seguida, o advogado Torres disse: “Infelizmente, eu não posso ter o meu momento de ministro Alexandre de Moraes, ‘sim ou não?’”.
Depois desse questionamento imprevisto, e das risadas no Supremo, Moraes replicou com outra pergunta, e de maneira espontânea: “Mais alguma coisa, doutor? Sim ou não, doutor?”.
Julgamento
O STF realiza os interrogatórios dos réus do chamado “núcleo crucial” da ação penal que apura uma tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. Ao todo, serão ouvidos oito réus:
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
- Alexandre Ramagem, deputado e ex-chefe da Abin;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI;
- Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice de Bolsonaro na eleição em 2022.
A Primeira Turma do STF reservou os cinco dias desta semana para os interrogatórios.