A Polícia Civil de São Paulo deve colher um novo depoimento, ainda nesta semana, de Rafael Aliste, amigo do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Junior, de 36 anos, e que estava com ele no evento onde ele foi visto pela última vez.
Relembre morte de empresário encontrado em buraco na região do Autódromo de Interlagos
Em declaração para imprensa, a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que o depoimento de Rafael Aliste contém “falhas e lacunas” e que ele “tem muita coisa pra contar”.
Rafael havia relatado que Adalberto consumiu cerca de oito copos de cerveja e maconha de desconhecidos no evento, ficando “muito nervoso, ansioso, agitado, muito eufórico”. A delegada considerou isso “curioso”, já que maconha e bebida são depressores.
Após considerar que o depoimento do amigo da vítima — com quem esteve antes de ser encontrado morto — foi falho e inconsistente, a polícia decidiu ouvir novamente Rafael.
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O corpo foi encontrado em um buraco de obra no Autódromo de Interlagos. O caso, classificado como suspeito, busca determinar se foi um acidente ou um crime.
Inconsistências e mistérios
Diversas inconsistências e mistérios cercam a morte do empresário:
- Condição do corpo: Adalberto foi encontrado em pé, sem calça e sem tênis, em um buraco estreito de 2 a 3 metros de profundidade. Uma calça encontrada próxima não pertencia a ele. Não havia sinais aparentes de agressão no corpo, mas a hipótese de “mata-leão” é investigada, pois não deixa marcas visíveis.
- Objetos desaparecidos: O capacete e o celular de Adalberto estavam junto ao corpo, mas uma câmera GoPro acoplada ao capacete desapareceu, sugerindo possível ocultação de prova ou latrocínio.
- Manchas de sangue no carro: Foram encontradas manchas de sangue humano no veículo de Adalberto em várias partes, como porta, banco do passageiro e assoalho. Exames genéticos foram solicitados para determinar a origem do sangue.
- Local de descoberta: A área da obra, embora sinalizada pela Prefeitura, não era um local de passagem usual, levantando suspeitas de que o autor pudesse ter conhecimento prévio do local.
- Perfil da vítima: Familiares descrevem Adalberto como tranquilo, reservado, sem dívidas ou inimizades conhecidas. Ele tinha um patrimônio milionário, o que contrasta com as circunstâncias da morte.
- Últimos passos: Adalberto foi visto pela última vez por um amigo por volta das 21h15 de 30 de maio, a caminho do estacionamento. No entanto, ele desapareceu antes de chegar ao carro.
As investigações prosseguem com análise de imagens, oitivas de testemunhas, familiares, seguranças e organizadores do evento. A causa oficial da morte ainda não foi divulgada.