O setor de serviços no Brasil registrou avanço pelo terceiro mês seguido em abril, iniciando o primeiro semestre com destaque para o setor de transportes, mesmo em meio à expectativa de desaceleração da economia diante de uma política monetária contracionista.
O volume de serviços teve em abril avanço de 0,2% na comparação com o mês anterior, subindo 1,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, mostraram os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (13).
Com a terceira leitura mensal positiva, o setor acumulou no período ganho de 1,5% e está 0,2% abaixo do ponto mais alto da série alcançado em outubro de 2024. No entanto, mostrou perda de ritmo após altas de 0,9% em fevereiro e 0,4% em março.
Os resultados ficaram em linha com as expectativas em pesquisa da Reuters de, respectivamente, ganhos de 0,2% e 1,7%.
O mercado de trabalho forte vem sustentando a demanda interna, mas a inflação persistente e os juros elevados devem pesar sobre a atividade neste ano. A taxa básica de juros Selic está atualmente em 14,75% e o Banco Central volta a se reunir na próxima semana para decidir sobre a política monetária.
Dados do PIB do primeiro trimestre mostraram que os serviços — setor que responde por cerca de 70% da economia do país — tiveram expansão de 0,3% sobre os três meses anteriores.
O avanço de abril no setor de serviços foi impulsionado principalmente pela atividade de transportes, que cresceu 0,5% e foi a única a ficar no azul no mês, de acordo com o IBGE.
O volume de transporte de passageiros subiu 1,8% em abril sobre março, enquanto o volume do transporte de cargas caiu 0,3%.
“O setor de transportes acumula alta de 2,8% nos últimos três meses. Esse maior dinamismo vem em consonância com uma safra mais robusta do que no ano passado, impactando na cadeia de transporte de insumos e produtos”, explicou o analista da pesquisa, Luiz Almeida.
Entre as outras atividades, Outros serviços recuaram 2,3%, profissionais, administrativos e complementares tiveram queda de 0,5%, informação e comunicação perderam 0,2%, e serviços prestados às famílias registraram perda de 0,1%.