Questionamentos sobre padrinhos políticos marcam debate na TV em Belo Horizonte

Os candidatos a prefeito de Belo Horizonte focaram nos padrinhos políticos dos adversários e criticaram a gestão atual da capital mineira no primeiro debate na TV na noite desta quinta-feira (8). Eles também discutiram problemas urbanos, como transporte, moradia e saúde.

Participaram do debate na Band os candidatos Mauro Tramonte (Republicanos), Duda Salabert (PDT), Rogério Correia (PT), Carlos Viana (Podemos), Bruno Engler (PL), Fuad Noman (PSD) e Gabriel Azevedo (MDB).

O embate teve cinco blocos e começou com a troca livre de perguntas entre os candidatos. Ao final, participaram também jornalistas convidados pela Bandeirantes.

Os candidatos não pouparam críticas à gestão do atual prefeito, Fuad Noman (PSD), candidato à reeleição.

Bruno Engler disse que o dinheiro investido em saúde na cidade é mal gasto. “Passou da hora de a gente ter um aplicativo inteligente, ter horário e outros detalhes sobre consulta especializada”, afirmou.

“Nós estamos com um trânsito caótico e passagem cara. Vamos conversar com os prefeitos da Grande BH para tirar do papel um sistema de mobilidade urbana”, disse Duda Salabert.

O presidente da Câmara Municipal de BH, Gabriel Azevedo, afirmou que apresentou um projeto de geração de empregos que não foi votado e responsabilizou o atual prefeito, que se defendeu.

“Nunca se fez tanta construção como se fez até agora. A cidade está avançando em construção”, rebateu Fuad.

“Tem dois pés de manga, as pessoas jogam pedra no pé que tem manga pra entregar”, disse ainda o candidato, sugerindo que prefeitura é atacada por se manter atuante.

Padrinhos políticos

As alianças entre os candidatos e outros políticos também movimentaram o debate.

Rogério Correia questionou o candidato do Republicanos, Mauro Tramonte, por ter a seu lado o governador Romeu Zema (Novo) e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. Eles foram adversários nas eleições de 2022.

“Você saiu do Balanço Geral e fez um barraco geral em sua coligação – disse Correia, em alusão ao programa de televisão do qual o apresentador se licenciou para concorrer a eleição.

“Quem vai mandar na prefeitura sou eu. Nós trouxemos o prefeito Alexandre Kalil que tem uma bagagem muito grande e Zema também”, argumentou Tramonte.

Polarização

Bruno Engler subiu o tom ao ser questionado sobre ter sido abandonado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que não esteve presente em sua convenção.

“Eu nem chamei o presidente Bolsonaro para a minha convenção. E ele deixou de vir à minha pré-campanha por uma situação de saúde”, afirmou.

“O presidente Bolsonaro vai estar conosco aqui na campanha, ele sabe da importância da capital”, acrescentou o candidato ao jornalista que fez a pergunta.

Já o petista Rogério Correia aproveitou diversas oportunidades para se referir ao presidente Lula, lembrando que recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal foram destinados a obras na capital mineira.

O candidato do Podemos, Carlos Viana, alfinetou: “Do jeito que estão falando, parece que Lula ou Bolsonaro vão governar [Belo Horizonte]”.

Deslize

O prefeito Fuad Noman gerou incômodo ao se referir à deputada federal Duda Salabert como “senhor”. Ele foi corrigido se desculpou.

A pré-candidata é a primeira mulher transexual a assumir um cargo na Câmara dos Deputados.

Veja outros assuntos debatidos pelos candidatos em BH:

  • Mudanças climáticas

A deputada Duda Salabert falou sobre tragédias climáticas com o candidato Bruno Engler. Ela afirmou que pretende criar o cargo de Autoridade Climática, para evitar desastres.

Segundo Engler, BH sofre com chuvas e as enchentes. “O problema são os rios cobertos. Precisamos ampliar os piscinões, que já estão sendo feitos”.

  • Saúde

Mauro Tramonte sugeriu a criação de convênios com universidades para aumentar a oferta de especialidades médicas à população.

“Falta carinho com o povo e falta humanidade. A falta de médico é a pior coisa que temos na cidade”, disse Tramonte.

  • População de rua e moradia

Rogério Correia afirmou que irá criar um programa similar ao do governo federal, “Ruas Visíveis”, para abrigar pessoas e oferecer proposta de emprego.

Duda Salabert disse que prentende transformar imóveis abandonados, por meio de “retrofit” (revitalização), em moradias populares.

  • Educação

Duda Salabert comentou que a posição de BH caiu no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

“A lei diz que tem que ter psicólogo e assistente social nas escolas”, destacou, lembrando que é preciso trabalhar o tema da saúde mental entre os estudantes.

  • Segurança Pública

Carlos Viana comentou a necessidade de planejar a atuação da guarda municipal pela cidade.

“A guarda não fica espalhada e isso é desperdício de dinheiro, é preciso trazer de volta câmeras que estão abandonadas”, afirmou o candidato do Podemos.

Ele disse ainda que a a prefeitura precisa ter controle sobre a distribuição de alimentos aos moradores em situação de rua, porque a comida fica “espalhada” pela cidade.

  • Outros temas

Assuntos como terreno do Aeroporto Carlos Prates, recentemente concedido pela União Federal à prefeitura, e a limpeza da Lagoa da Pampulha também renderam trocas de farpas entre os candidatos.

 

Este conteúdo foi originalmente publicado em Questionamentos sobre padrinhos políticos marcam debate na TV em Belo Horizonte no site CNN Brasil.

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