‘Ele era nosso protetor’, diz irmã de representante comercial morto em queda de avião


Irmã destaca relação que vítima tinha que toda a família. “Era um pai maravilhoso, marido exemplar e filho espetacular”, disse. Constantino Thé Maia, 62ª vítima de acidente aéreo em Vinhedo
Arquivo pessoal
“Ele era o protetor da família. Cuidava de todo mundo”. É assim que Miriam Thé Maia define o irmão Constantino, um dos mortos na queda de um avião na tarde desta sexta-feira (9) em Vinhedo, em São Paulo.
📳Participe do canal do g1 RN no WhatsApp
O pernambucano, que vivia no Rio Grande do Norte há mais de 30 anos, estava no avião retornando para casa após participar de uma convenção de vendedores próximo a Cascavel, cidade paranaense de onde a aeronave embarcou antes de cair no interior de São Paulo. A confirmação que ele era um dos passageiros foi dada pela VoePass na manhã deste sábado (10).
“Ele estava muito feliz. Mandou fotos dentro de tudo, da convenção. Não teve despedida, foi tudo igual”, disse Miriam, uma dos quatro irmãos de Constantino.
Constantino (no centro da imagem) era muito ligado à família.
Arquivo pessoal
A relação dele com a família se estendia para o campo profissional, com atuação de familiares na empresa de representação comercial que ele era proprietário.
Os passos da viagem eram compartilhados por Constantino no grupo da família em um aplicativo de mensagens. Uma das últimas mensagens enviadas compartilhava a temperatura na manhã do embarque: 6 graus.
Visivelmente abalados, os familiares relatam que o representante comercial era um elo importante da família Maia. Chamado de Tino por irmãos e sobrinhos, Constantino deixa esposa, com quem era casado há 25 anos, e dois filhos.
“Ele era realmente aquele cara que sempre queria estar com a família. Toda vez que ela vinha, fazia questão de beijar pelo menos de cada um. Era um pai maravilhoso, um marido exemplar, um filho espetacular”, disse Miriam.
Constantino mostrou a temperatura do local na manhã do embarque, destacando a sensação térmica de apenas 2 graus
Reprodução/Redes Sociais
LEIA TAMBÉM:
Avião que caiu em Vinhedo (SP) saiu de Cascavel (PR) e ia para Guarulhos
Não há sobreviventes na queda de avião com 62 pessoas em Vinhedo, diz prefeitura
ATR-72 é uma aeronave usada em rotas regionais; ficha técnica
Veja perguntas e respostas sobre tragédia aérea com 62 mortos em Vinhedo
‘Igual a um papel no ar’: testemunhas viram avião despencando
O nome de Constantino não constava na lista inicial de passageiros embarcados por “uma questão técnica referente às validações de check-in e contagem de passageiros”, de acordo com a VoePass.
“Em respeito à identidade do passageiro e de sua família, a VOEPASS decidiu confirmar a informação de que Constantino estava a bordo do voo 2283 somente quando não houvesse dúvidas”, diz a nota da aérea.
Constantino é o segundo morador do Rio Grande do Norte entre as vítimas. O cearense Thiago Almeida Paula, morador de Mossoró, no Oeste potiguar, também estava no voo.
Como era o avião que caiu em Vinhedo
Arte g1
A queda
De acordo com a Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo, companhia aérea dona da aeronave, as vítimas estavam em um avião turboélice de passageiros, modelo ATR-72, que saiu de Cascavel (PR) às 11h58 com destino a Guarulhos (SP).
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o voo ocorreu dentro da normalidade até as 13h20, mas a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas da torre de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. “A perda do contato radar ocorreu às 13h22”.
A companhia aérea afirmou em nota que o avião que caiu estava apto a voar e sem restrições. A Anac informou que a aeronave se encontrava em condição regular para operar, com certificados de matrícula e de aeronavegabilidade válidos, além dos tripulantes com documentação em dia.
Segundo o secretário de Segurança de Vinhedo, Osmir Cruz, a aeronave caiu próximo de uma residência com moradores dentro, mas nenhuma pessoa em solo ficou ferida.
A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar o acidente. Um ‘gabinete de crise’ foi montado pela corporação na casa de um morador dentro do condomínio onde houve a tragédia.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.