Co-piloto de avião que caiu em SP gostava de ir ao aeroporto desde criança: ‘tinha amor pela aviação’, diz pai


Humberto de Campos Alencar e Silva, de 61 anos, era piloto há quatro décadas e filho de pai piauiense. Ele foi uma das 62 vítimas do acidente em Vinhedo (SP), a maior tragédia aérea do Brasil desde 2007. Co-piloto de avião que caiu em SP é filho de piauiense e trabalhava na aviação há 40 anos
Reprodução/Redes Sociais
O co-piloto Humberto de Campos Alencar e Silva, de 61 anos, uma das 62 vítimas do acidente aéreo em Vinhedo (SP), atuava na aviação há quatro décadas. Ele trabalhava para a Voepass Linhas Aéreas desde 2016 e já tinha sobrevoado todos os estados do Brasil, inclusive a região da Floresta Amazônica.
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Ao g1, o pai do piloto, Bernardo Pereira da Silva, natural de Esperantina (PI), conta que o amor do filho pela aviação surgiu aos oito anos. Ele o levava para o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para ver os aviões decolando. Humberto tirou a licença para pilotar quando tinha 20 anos.
“Ele tinha amor pela aviação, voou toda a Floresta Amazônica e conheceu o Brasil todo. Trabalhou em várias empresas. Estava de férias até pouco antes do voo para Guarulhos. Assisti à queda do avião pela televisão e, para mim, foi uma tristeza profunda. Não sei até quando vou me conformar”, desabafa o pai de Humberto.
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O pai do piloto, Bernardo Pereira da Silva, deixou Esperantina em 1958 e migrou para São Paulo (SP), onde teve e criou seus quatro filhos. Humberto morava em Jandira (SP), mas visitava Esperantina todos os anos e mantinha fortes laços com seus familiares.
Co-piloto Humberto (à esquerda) ao lado do pai Bernardo (à direita) e do ex-prefeito de Esperantina, Zé Ivaldo (centro)
Reprodução/Redes Sociais
Grande parte dos tios e primos de Humberto mora na comunidade Várzea, zona rural de Esperantina. Uma de suas cunhadas destaca que o piloto promovia reuniões com a família e nunca esquecia dos parentes distantes. Ele também era respeitado entre os colegas de aviação, a quem sempre dava conselhos profissionais.
AO VIVO: acompanhe a cobertura do acidente em Vinhedo
Humberto deixa esposa e quatro filhos. Ele será sepultado em Iporanga (SP), a pedido do próprio piloto. Ainda não há data para a cerimônia, já que a família aguarda a liberação do corpo por parte do Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo.
“Quando ele era pequeno, comprei uma fazenda em Iporanga e íamos para lá todo fim de semana. Ele tinha um grande amor pela cidade, por isso pediu para ser sepultado lá. Ele vivia com dedicação e nos deixava muito orgulhosos”, completa Bernardo.
Em vídeo publicado no Instagram, o vice-governador do Piauí, Themístocles Filho (MDB), lamentou a morte do co-piloto da Voepass e destacou suas raízes na cidade de Esperantina. O prefeito de Jandira, Henri Hajime Sato (PSD), decretou luto oficial de três dias.
Maior tragédia aérea desde 2007
Veja local da queda de avião em Vinhedo, interior de SP
Um avião com 58 passageiros e quatro tripulantes, totalizando 62 pessoas a bordo, caiu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo (SP), no início da tarde desta sexta-feira (9). Não houve sobreviventes.
Inicialmente, a Voepass noticiou que 61 pessoas tinham morrido após a queda do avião. Na manhã de sábado (10), o número de mortes subiu para 62.
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A companhia aérea divulgou no final da tarde a lista com os nomes das pessoas que estavam no avião. É o acidente aéreo com o maior número de vítimas desde a tragédia da TAM, em 2007 no Aeroporto de Congonhas, quando houve 199 mortos.
De acordo com a Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo, companhia aérea dona da aeronave, as vítimas estavam em um avião turboélice de passageiros, modelo ATR-72, que saiu de Cascavel (PR) às 11h58 com destino a Guarulhos (SP).
A companhia aérea afirmou em nota que o avião que caiu estava apto a voar e sem restrições. O Cenipa, órgão da aeronáutica responsável pela investigação do acidente, disse em coletiva que ainda é prematuro apontar as causas do acidente.
Imagem do Globocop mostra local da queda de avião em Vinhedo (SP)
Reprodução/TV Globo
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