PRTB de Marçal cresce mais de 30 vezes nos votos para legenda em São Paulo, mas não consegue eleger nenhum vereador na cidade


Em 2020, o PRTB teve 1.932 votos na legenda na eleição para vereador em São Paulo. Quatro anos depois, puxado pela candidatura de Pablo Marçal a prefeito, o número cresceu 3.268% Plenário da Câmara Municipal de São Paulo.
Richard Lourenço/Rede Câmara
Nas eleições de 2020, o PRTB teve 1.932 votos para a legenda na disputa para vereador na cidade de São Paulo. Quatro anos depois, puxado pela candidatura de Pablo Marçal a prefeito, o número cresceu mais de 30 vezes, chegando 65.081 votos. Ainda assim, novamente a sigla não conseguiu nenhuma das 55 cadeiras na Câmara Municipal.
Na corrida pela Prefeitura, que teve uma disputa acirradíssima, os candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) foram para o 2º turno, marcado para 27 de outubro.
Nunes teve 1.801.139 votos (29,48%)
Boulos teve 1.776.127 votos (29,07%)
Marçal teve 1.719.274 votos (28,24%), somente 56.853 a menos que o segundo colocado.
▶️ Ao votar para vereador, o eleitor pode optar por um candidato (o voto nominal) ou por um partido (entenda, mais abaixo nesta reportagem, como funciona o sistema que define os eleitos). É nessa segunda “modalidade” que o PRTB registrou um salto de 3.268%.
▶️ No caso dos votos nominais, o PRTB teve um aumento bem mais discreto entre os dois pleitos: de 59 mil (em 2020) para 65 mil (em 2024). Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
▶️ Ao todo, 53 candidatos a vereador concorreram pelo PRTB na eleição municipal de São Paulo.
▶️ A tabela a seguir mostra que os votos de legenda obtidos pelo PRTB passaram a representar uma fatia muito mais expressiva no total da sigla:
Votação para vereador do PRTB em São Paulo
▶️ Segundo o TSE, a cidade de São Paulo teve de 5.781.066 votos válidos para vereador, divididos da seguinte forma:
Votos nominais – 5.107.005 (88,4% do total)
Votos para legenda – 674.061 (11,66% do total, ou seja, uma média bem inferior à do PRTB)
▶️ Além do PRTB, apenas outros quatro partidos tiveram cerca de 50% ou mais de votos para a legenda (nenhum dos candidatos dessas siglas se elegeu):
PMB – 476 votos, de um total de 948
PCO – 536 votos, de um total de 1.029
PCB – 1.372 votos, de um total de 2.275
AGIR – 580 votos, de um total de 820
▶️ O PT conquistou a maior bancada da Câmara, com oito vereadores, seguido por MDB e PL, com sete cada um.
▶️ O vereador campeão de votos foi o bolsonarista Lucas Pavanato (PL). Na sequência, vieram a bancária Ana Carolina Oliveira (Podemos) — mãe da menina Isabella Nardoni, assassinada em 2008 pelo pai e pela madrasta —; Murillo Lima (PP); Sargento Nantes, da Rota (PP); e Amanda Paschoal (PSOL). Clique aqui para ver a lista completa.
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Como funciona a eleição para vereador
▶️ Para determinar quais são os vereadores eleitos, primeiro é feito o cálculo da distribuição de cadeiras entre os partidos nas Casas Legislativas.
▶️ O parâmetro para verificar o desempenho de cada sigla é o quociente eleitoral. Para obtê-lo, divide-se o número total de votos válidos (os votos nos partidos e nos candidatos, excluindo brancos e nulos) pelo número de cadeiras em disputa.
▶️ Só têm direito a vagas na Câmara Municipal as siglas que atingirem esse número, uma espécie de índice mínimo.
▶️ O segundo cálculo define quantas vagas o partido terá. O parâmetro, nesta fase, é o quociente partidário. Para obtê-lo, divide-se o número votos válidos da legenda pelo quociente eleitoral.
▶️ Esse resultado indica a quantas cadeiras o partido tem direito. Essas vagas serão preenchidas pelos candidatos a vereador com maior votação.
▶️ Nesse sistema, pode ocorrer de um candidato bem votado não conseguir um mandato porque seu partido não obteve votos suficientes para conquistar espaço no Legislativo local.
VÍDEOS: o 1º turno em cada capital
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