Bombeiro civil que atuou em tragédia aérea de Vinhedo faz homenagem às 62 vítimas: ‘Foi um choque’


Profissional esteve em frente ao condomínio, junto à sobrinha, para deixar flores. Queda de avião da Voepass na sexta-feira (9) mobilizou forças de segurança, agências e equipes de resgate. Bombeiro civil que atuou em tragédia aérea de Vinhedo faz homenagem às 62 vítimas
Em frente ao condomínio onde a queda de um avião deixou 62 mortos em Vinhedo (SP), um pequeno buquê de flores alaranjadas marca a homenagem feita pelo bombeiro civil Cristiano Barbo, que esteve no local nesta segunda-feira (12), ao lado da sobrinha.
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À EPTV, afiliada da TV Globo, o bombeiro civil relatou ter trabalhado no atendimento à ocorrência na sexta-feira (9), em um cenário que descreveu como “um choque”. Segundo Barbo, essa foi a primeira vez em que atuou em um acidente aéreo.
“Sou bombeiro há 18 anos. [Estar] nessa condição de acidente aéreo é a primeira vez, mas recentemente eu estive também no Sul, no resgate das vítimas. É difícil, a gente que trabalha nessa área fica pensando também na família que fica”, lamentou.
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O trabalho de atendimento à tragédia mobilizou forças de segurança, agências governamentais e equipes de resgate durante todo o fim de semana dentro do condomínio Recanto Florido. Segundo a associação de moradores, ao menos quatro casas foram disponibilizadas para acolher as equipes.
Até a publicação desta reportagem, a força-tarefa do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo havia identificado 17 dos 62 mortos no acidente com o avião da Voepass. As declarações de óbitos de oito dos mortos já foram entregues a seus parentes – veja quem são.
Bombeiro civil que atuou em tragédia aérea de Vinhedo faz homenagem às 62 vítimas
Reprodução/EPTV
Causas
Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas a queda em espiral sugere a ocorrência de um estol — que acontece quando a aeronave perde a sustentação que lhe permite voar —, segundo especialistas.
O acúmulo de gelo foi uma das hipóteses levantadas por especialistas. Uma reportagem do g1 revelou também que o manual do ATR aponta risco de perda de sustentação e giro sob condição de gelo severo.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) já extraiu todo o conteúdo das duas caixas-pretas da aeronave e prevê divulgar em 30 dias relatório preliminar sobre as causas da queda.
Veja, abaixo, da decolagem à queda, a cronologia do acidente da Voepass:
A aeronave decolou às 11h56 e o voo seguiu tranquilo até 13h20.
O avião subiu até atingir 5 mil metros de altitude às 12h23, e seguiu nessa altura até as 13h21, quando começou a perder altitude, segundo a plataforma Flightradar.
Nesse momento, a aeronave fez uma curva brusca.
De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas.
Às 13h22 – um minuto depois do horário do último registro – a altitude estava em 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros.
A velocidade dessa queda foi de 440 km/h.
Escombros de avião em Vinhedo (SP) neste sábado, dia 10 de agosto de 2024
Nelson Almeida/AFP
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) informou que o “Salvaero” foi acionado às 13h26 e encontrou a aeronave acidentada dentro de um condomínio.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o modelo que caiu em Vinhedo, ATR-72-500 da VOEPASS, é turboélice com 74 assentos. A aeronave é fabricada pela ATR, com sede na França, que é uma das maiores fabricantes de aviação do mundo. Ela estava com a documentação em dia e todos os tripulantes tinham habilitação válida.
De acordo com a fabricante, o ATR-72-500 pode voar com velocidade máxima de 511 km/h. O modelo tem 27 metros de comprimento e de envergadura, além de uma autonomia de voo de 1.324 quilômetros. O peso máximo que o avião pode carregar em serviço é de 7 mil quilos.
O avião tinha 14 anos de fabricação e era de um modelo conhecido no mundo da aviação por sua capacidade de operar em aeroportos de pista curta e de difícil acesso no Brasil e em outras partes do mundo, especialmente na Ásia, onde houve outros acidentes.
Ficha técnica do ATR-72-500 (segundo a fabricante):
Número de assentos: 74
Velocidade de cruzeiro: 511 km/h
Comprimento: 27 metros
Envergadura: 27 metros
Altura: 7,65 metros
Autonomia de voo: 1.324 km
Como era o avião que caiu em Vinhedo
Arte/g1
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