Oito anos após desastre aéreo, mãe de lateral da Chapecoense não recebeu indenização por morte do filho


Rosana Gimenez afirma que, em oito anos, não foi procurada nem pelo clube e nem pela companhia aérea, e revela que tragédia em Vinhedo a fez reviver drama. Mãe do ex-jogador Gimenez diz que até hoje não recebeu indenização pela morte do filho
A queda do avião da Voepass na sexta-feira (9), em Vinhedo (SP), fez Rosana Gimenez reviver os dias que precederam a morte do filho, o lateral direito Guilherme Gimenez, há oito anos.
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À época, o jogador de Ribeirão Preto (SP) defendia a Chapecoense e estava no avião que caiu na Colômbia, após perder o controle por conta de esgotamento do combustível. Oitenta e uma pessoas estavam a bordo e apenas seis delas sobreviveram.
“Esses dias estão sendo como voltar ao passado, relembrar o que aconteceu com os meninos. As famílias de agora, o que eles estão passando, eu já passei. É triste. Você fica de luto, porque já passou por aquilo, sabe a dor, sabe o que as famílias estão passando. Você já passou. É muito complicado e é muito triste”.
Rosana Gimenez, mãe do lateral direito Guilherme Gimenez, de Ribeirão Preto (SP)
Cacá Trovó/EPTV
À EPTV, afiliada da TV Globo, Rosana disse que ainda não recebeu indenização nem da companhia aérea e nem do clube de Santa Catarina.
“Não recebemos nada, não tivemos respaldo de nada. Nunca perguntaram, nunca deram os pêsames às mães, nunca recebemos nada. Ninguém nunca falou nada, advogado nenhum. Entramos com processo, mas, até hoje, nada”.
Ela explicou que existe um processo tramitando na Justiça há sete anos, mas a ação não tem data para ser julgada.
Gimenez se destacou pelo Botafogo-SP, de Ribeirão Preto
João Valdevite/Ag. Botafogo
Em consulta ao site do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o g1 verificou que a última movimentação data de agosto de 2023.
“É um descaso com as famílias, descaso com as mães, que não tivemos respaldo de atenção deles, não tivemos justiça deles, de receber, de nada. Só ficamos com a perda e com a saudade. Meu filho não vai voltar, mas espero que eu tenha uma resposta, que a justiça me dê uma resposta para encerrar o ciclo, pra eu poder saber o que aconteceu, se eu tenho direito de alguma indenização”.
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A EPTV entrou em contato com a Chapecoense, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Na sexta-feira, horas após o acidente que matou 62 pessoas em Vinhedo, o CEO da Voepass, empresa com sede em Ribeirão Preto (SP) disse que o seguro aos familiares das vítimas já tinha sido acionado.
Avião com 62 pessoas a bordo caiu em condomínio de casas em Vinhedo, no interior de SP. Ninguém sobreviveu
Miguel Schincariol/AFP
Em coletiva de imprensa, Eduardo Busch afirmou que a prioridade era prover ‘o mínimo de conforto’ financeiro aos parentes das pessoas que estavam a bordo do voo 2283.
Nesta segunda-feira (12), três dias após o acidente, a empresa voltou a afirmar que já acionou a seguradora para fazer o pagamento às famílias das vítimas da queda do avião. O prazo para início da reparação, no entanto, não foi divulgado.
Tudo o que você precisa saber sobre a queda da aeronave em Vinhedo
Tragédia no interior de SP
O avião com 58 passageiros e quatro tripulantes, totalizando 62 pessoas a bordo, caiu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo. A tragédia é o acidente aéreo com o maior número de vítimas desde o caso da TAM, em 2007, no Aeroporto de Congonhas, quando houve 199 mortos.
Veja, ponto a ponto, a cronologia do desastre:
A aeronave decolou às 11h46 e o voo seguiu tranquilo até 12h20.
Após 24 minutos, subiu até atingir 5 mil metros de altitude às 12h23, e seguiu nessa altura até as 13h21, quando começou a perder altitude.
Nesse momento, a aeronave fez uma curva brusca.
De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas.
Às 13h22 – um minuto depois do horário do último registro – a altitude estava em 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros.
A velocidade dessa queda foi de 440 km/h.
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) informou que o ‘Salvaero’ foi acionado às 13h26 e encontrou a aeronave acidentada dentro de um condomínio.
Trajetória do avião que saiu de Cascavel (PR) e caiu em Vinhedo (SP)
Arte g1
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