Guerra religiosa na direita: o que está por trás do ataque de Malafaia a Bolsonaro


Um dos maiores apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), o pastor da da Igreja Assembleia de Deus Vencer em Cristo fez críticas ao ex-presidente, dizendo que ele foi ‘covarde’ e ‘omisso’. Candidato que carregou expressivos votos da direita, Pablo Marçal (PRTB) ficou fora do segundo turno das eleições municipais em São Paulo — ele terminou a primeira fase do pleito em terceiro lugar. As consequências nesses campo político, que envolvem, também, um fator religioso, devem perdurar.
Nesta semana, o pastor Silas Malafaia, um dos maiores apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), fez críticas ao ex-presidente, dizendo que ele foi “covarde” e “omisso”.
Para Christina Vital da Cunha, pesquisadora e professora do Departamento de Sociologia da UFF e colaboradora do Instituto de Estudos da Religião, ao tecer tais ataques, Malafia demontra seus “interesses próprios em se manter no poder e revigorar seu capital político”.
Christina falou em entrevista ao podcast O Assunto desta quarta-feira (9). OUÇA NO PLAYER ACIMA.
“Um interesse principal e revelado que Silas Malafaia deixa claro nessa discussão que ele está promovendo em torno de uma possível cisão da extrema direita é o interesse em manter uma unidade de uma liderança em torno de Bolsonaro e a manutenção dessa liderança como a liderança principal da extrema direita.”
Imagem de arquivo mostra Jair Bolsonaro, então presidente da República, em conversa com o pastor Silas Malafaia, em 2021
Isac Nóbrega/PR
“Tem a ver com interesses próprios de Silas Malafaia em se manter também no poder, de revigorar o seu próprio capital político. Que, por um lado, vê esmaecera na figura de Bolsonaro, episódios públicos atrás de episódio, vem se esvaziando muito dessa figura pública aí de Bolsonaro.”
Para Christina pesa, também, a crescente de outras figuras no cenário, como o próprio Marçal.
“E uma outra coisa que não tem como deter, que é o episódio de deter essa dinâmica interna da própria extrema direita. Estão surgindo outros líderes, o próprio Nikolas Ferreira, que ele chama de ‘microminion’, é uma figura que vem se consolidando na política de um modo bem estratégico. […] Tem outras figuras no cenário, como o Marçal, e que não ficam sob a tutela do Silas Malafaia.”
Ouça a íntegra do episódio aqui.
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