Ibovespa recua mais de 1% e dólar sobe com dados de inflação e cenário externo

O dólar subia ante o real nesta quarta-feira (9), em linha com mercados emergentes, enquanto o Ibovespa recuava, à medida que investidores digeriam dados do IPCA de setembro e fatores externos, como as tensões geopolíticas no Oriente Médio e as perspectivas sobre a trajetória de juros do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA).

No cenário doméstico, o foco do mercado estava nos novos números para a inflação brasileira. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou em setembro a 0,44% diante dos primeiros efeitos da estiagem que atinge o país, sob peso dos preços de energia elétrica e alimentos.

Às 14h32, o principal índice do mercado brasileiro caia 1,33%, aos 129.768,80 pontos. No mesmo horário, o dólar subia 1%, cotado a R$ 5,590.

Agentes financeiros avaliavam como o resultado influenciará as próximas decisões do Banco Central, que iniciou no mês passado um novo ciclo de aperto monetário ao elevar a Selic em 25 pontos-base para 10,75% ao ano.

No exterior, os mercados globais aguardavam a divulgação da ata da mais recente reunião do Fed, em busca de indícios sobre o que levou as autoridades a optar por uma redução de 50 pontos-base na taxa de juros em setembro.

Todas as atenções na quinta-feira (10) se voltarão à divulgação de novos dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos, com agentes financeiros em busca de sinais sobre a trajetória de juros do Fed.

Ainda estava no radar a escalada dos conflitos no Oriente Médio, com investidores considerando a possibilidade de uma guerra regional ampla entre Israel e Irã em meio à crescente ofensiva israelense no Líbano.

Além disso, o governo chinês anunciou nesta quarta que o Ministério das Finanças realizará uma entrevista coletiva de imprensa no sábado para detalhar as medidas fiscais de estímulo que adotará para impulsionar a economia do país, um dia depois de os mercados se decepcionarem com a apresentação de um planejador estatal.

O otimismo pelas medidas de estímulo na China se dissipou na sessão de terça-feira, derrubando moedas de países emergentes, cujas exportações de diversas mercadorias, principalmente commodities, estão atreladas ao grande mercado consumidor da segunda maior economia do mundo.

“O pacote da China pode mexer bastante no mercado se for razoável ou até estimulador. Se houver um incentivo bem relevante, a tendência é que as commodities venham a subir, favorecendo exportadores de commodities como o Brasil”, disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

*Com informações de Reuters

Este conteúdo foi originalmente publicado em Ibovespa recua mais de 1% e dólar sobe com dados de inflação e cenário externo no site CNN Brasil.

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