Indicados por Lula estão em “consonância” total sobre possibilidade de aumentar juros, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a dizer que a busca pela meta de inflação, definida pelo governo federal, pode exigir o aumento dos juros, e que os quatro diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão em “consonância total” caso haja necessidade de elevar a Selic.

Em audiência na Comissão de Tributação e Finanças (CFT) da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (13), o banqueiro central destacou que o BC “só está fazendo o que o governo quer” e citou uma frase de Lula sobre ter a inflação baixa e economia crescendo.

“A economia tem crescido todos os meses”, pontuou.

“Em relação à possibilidade de subir os juros, ontem houve duas falas de diretores, inclusive diretores que foram apontados por este governo, dizendo ‘olha, nós vamos fazer o que tivermos que fazer para atingir a meta. E se tiver de subir os juros, e se for necessário, vai ser feito’”, afirmou Campos Neto na ocasião.

Atualmente, a Selic está em 10,5% ao ano, uma decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) tomada em maio e mantida nas duas outras reuniões posteriores do colegiado — todas as decisões foram acertadas por unanimidade.

Campos Neto também se defendeu sobre as alegações de que a Selic alta poderia favorecer o mercado financeiro, dizendo que a taxa média na gestão dele “foi mais baixa que os outros períodos”.

Ao comentar sobre o fim da gestão, afirmou ter “certeza” que o trabalho continuará sendo feito.

“A gente tem quatro membros indicados pelo governo que estamos em consonância total. Tenho certeza que se eu sair do BC o trabalho vai continuar sendo feito e de maneira técnica, pois o BC tem quadros técnicos que levam a que isso aconteça”, disse.

O banqueiro central respondeu aos questionamentos do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) e disparou aos risos: “quando eu for embora, daqui a cinco meses, vai sentir minha falta”.

A meta de inflação contínua, imposta em decreto publicado em junho, foi fixada em 3% ao ano, com margem de tolerância em 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Atualmente ela está em 4,5% no acumulado em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede os dados oficialmente.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Indicados por Lula estão em “consonância” total sobre possibilidade de aumentar juros, diz Campos Neto no site CNN Brasil.

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