Hamas diz que não irá a reunião de negociações por acordo de cessar-fogo em Gaza


Grupo terrorista acusa Israel de dificultar negociações por trégua, segundo representante. Primeiro-ministro israelense nega ações que dificultem acordo. Reunião de negociações para cessar-fogo foi convocada por mediadores EUA, Catar e Egito e acontecerá na quinta (15). Fronteira de Israel com Gaza (25/07/24)
Amir Cohen/Reuters
O grupo terrorista Hamas disse nesta terça-feira (13) que não participará de conversas por um acordo de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza que acontecerão nesta quinta (15).
O representante do Hamas no Líbano, Ahmad Abdul Hadi, disse em uma entrevista que o Hamas decidiu não participar das conversas porque os chefes do grupo terrorista acreditam que o governo israelense de Benjamin Netanyahu dificulta as negociações.
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“Netanyahu não está interessado em alcançar um acordo que acabe com a agressão completamente. Pelo contrário, ele está enganando e evitando, e quer prolongar a guerra, e até expandi-la a nível regional”, disse Abdul Hadi.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, rebateu a alegação e disse que é o Hamas quem está atrasando as negociações. (Leia mais abaixo)
A negociação foi convocada pelos mediadores EUA, Catar e Egito na semana passada, que disseram estar na hora das partes chegarem a um acordo pelo cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza com a soltura dos reféns.
Um cessar-fogo na guerra em Gaza pode ter especial apelo desta vez porque pode condicionar a resposta que o Irã promete a Israel pelos assassinatos dos chefes dos grupos terroristas do Hamas e do Hezbollah, aliados dos iranianos. Segundo autoridades iranianas, uma retaliação aos israelenses pode ser atrasada caso haja um acordo de trégua –os EUA esperam que um ataque poderia ser totalmente evitado.
Após o Hamas levantar dúvidas sobre sua participação nas negociações, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse nesta terça que Israel e Hamas devem participar de negociações desta semana para possibilitar um acordo por cessar-fogo.
“Acreditamos que os negociadores devem se sentar à mesa. Acreditamos que chegar a um acordo de cessar-fogo é a melhor maneira de diminuir as tensões que estamos vendo”, disse Karine Jean-Pierre.
Conversas por um cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas se estendem há meses, com idas e vindas –o Conselho de Segurança da ONU aprovou em junho uma resolução solicitando o cessar-fogo, que não foi respeitada.
Netanyahu diz que Hamas atrasa negociações
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Reuters
Em contrapartida, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rebateu em comunicado nesta terça as afirmações de que teria acrescentado novas exigências para o cessar-fogo e disse que foi o Hamas quem exigiu 29 alterações no texto de cessar-fogo em negociação.
“A alegação de que o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu acrescentou novas exigências ao esboço de 27 de maio é falsa. O rascunho de 27 de julho não inclui novas condições e não contradiz o esboço de 27 de maio. Foi o Hamas quem exigiu 29 mudanças, algo a que o primeiro-ministro se opôs”, disse Netanyahu.
Segundo o texto, há discordâncias em relação à libertação dos reféns e à forma como prisioneiros palestinos serão libertados, e é necessária a criação de um mecanismo de verificação para conseguir garantir o retorno de civis ao norte da Faixa de Gaza, proposta apresentada pelos Estados Unidos, aliados do país.
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