Fiocruz recomenda uso de máscaras durante período crítico de exposição à fumaça em Manaus


Segundo o especialista, o alerta é feito principalmente para pessoas com histórico de comorbidades e doenças respiratórias. Fumaça de queimadas tomam conta de Manaus.
Divulgação/Fiocruz
Manaus tem sofrido nos últimos dias com o céu encoberto por fumaça de queimadas que geram níveis de poluição do ar que chega a ser considerada “muito ruim” em algumas zonas da capital, desde o último sábado (10). O epidemiologista e pesquisador da Fiocruz Amazônia, Jesem Orellana, fez um alerta para a necessidade do uso de máscaras com sistema de filtragem especial N95 ou PFF2, durante o período.
Ao g1, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) informou que o fenômeno tem sido causado pelas queimadas registradas no sul do Amazonas.
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Segundo o especialista, o alerta é feito principalmente para pessoas com histórico de comorbidades e doenças respiratórias, para o período crítico de intensificação da fumaça proveniente das queimadas e que encobre a cidade.
“O que mais preocupa este ano em relação aos anteriores é que não se sabe, ao certo, se o que está acontecendo é simplesmente uma antecipação do período crítico ou se, realmente, este ano, teremos um período mais longo de exposição à fumaça tóxica, já que o pico da poluição em 2023 foi em outubro. Seria algo inusitado e extremamente preocupante, pois estenderia o sofrimento da população e traria consequências muito piores”, explicou Orellana.
O pesquisador afirma que alguns efeitos diretos da fumaça sobre a saúde podem ser facilmente identificados, como tosse seca, sensação de falta de ar, irritação dos olhos e garganta, congestão nasal ou alergias na pele.
“Indiretamente, o problema pode contribuir para o agravamento de doenças cardiovasculares e respiratórias como rinite, asma, bronquite, doença pulmonar obstrutiva crônica ou mesmo Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)”, disse Jesem.
Manaus entra em estado de mobilização após fumaça encobrir céu pelo 3º dia consecutivo
Lucas Macedo/g1 AM
Ele também chamou atenção para os efeitos negativos sobre a saúde mental de pessoas mais vulneráveis, uma vez que os níveis elevados de poluição atmosférica aumentam suas preocupações e incertezas, além de limitarem atividades de lazer ou terapêuticas ao ar livre.
Orellana ressaltou que o aumento na busca por atendimentos médicos ambulatoriais e internações hospitalares é outro fator preocupante, uma vez que sobrecarrega os já precários serviços de saúde.
“O uso de máscara torna-se, portanto, muito apropriado principalmente para quem tem histórico de doença respiratória e precisa sair de casa. Já no caso das pessoas que precisam fazer caminhadas e corridas, por recomendação médica, essas devem evitar as atividades ao ar livre e ao sair de carro devem ligar o ar-condicionado com a circulação interna ativada. Caso desenvolvam alguma manifestação clínica, devem procurar imediatamente uma unidade de saúde, evitando assim a automedicação ou piora do quadro clínico”, finalizou o especialista.
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Manaus entra em estado de mobilização
Manaus entrou em estado de mobilização após a densa camada de fumaça encobrir o céu da capital pelo terceiro dia consecutivo, na terça-feira (12). A mudança de “status” permite fazer alterações na estrutura de atenção interna da prefeitura, como a criação de um Comitê de Combate às queimadas, conforme explicou David Almeida, em entrevista.
Para atender o estado de mobilização, o prefeito de Manaus informou que, além da criação de um Comitê de Combate às queimadas, também serão feitas publicações diárias de boletins informativos, campanhas de conscientização em locais públicos e fiscalização da Guarda Municipal Ambiental.
Também foram anunciadas medidas de enfrentamento, como a orientação de não utilização de fogo no preparo do solo, evitar a queima dos excessos de produção e indicar meios alternativos no preparo da produção rural.
Manaus entra em estado de mobilização após fumaça encobrir céu pelo 3º dia consecutivo
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