
Adriana Vargas, coordenadora técnica do laboratório presa na manhã deste domingo (20), foi transferida para presídio. Presa alegou que falha que levou a contaminação de, pelo menos, 6 transplantados, foi: ‘Humana’. Adriana Vargas, funcionária do laboratório PCS, foi presa na manhã deste domingo (20)
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Policiais civis da Delegacia do Consumidor (Decon) apreenderam, na manhã deste domingo (20), a máquina usada pra fazer testes de HIV do Laboratório PCS Saleme. O equipamento foi apreendido no bairro do Humaitá, na Zona Sul do Rio, durante a segunda fase da Operação Verum, que mira suspeitos de envolvimento na emissão de laudos falsos que resultaram na contaminação por HIV de pacientes transplantados.
No fim da manhã, a coordenadora técnica do laboratório, Adriana Vargas, foi transferida para um presídio. Adriana foi presa em casa em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, neste domingo.
Em depoimento, o técnico de laboratório Ivanilson Santos, preso na segunda-feira (14), disse que Adriana teria dado a ordem para economizar no controle de qualidade.
Segundo as investigações, houve uma falha operacional no controle de qualidade aplicado nos testes, com o objetivo de diminuir custos. A análise das amostras deixou de ser realizada diariamente e se tornou semanal.
Coordenadora diz que falha foi ‘humana’
Ao ser questionada sobre a falha que levou a contaminação por HIV de, pelo menos, seis pacientes transplantados, Adriana respondeu: “Humana”.
De acordo com o delegado Wellington Pereira, responsável pelas investigações, Adriana negou as acusações.
Outras duas pessoas também foram levadas para a Decon, na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio, para prestar depoimento. Uma delas é um ex-sócio do Laboratório PCS. Ambos foram ouvidos e liberados.
Ao todo, a 2ª fase da “Operação Verum” cumpriu 1 mandado de prisão e 8 de buscas e apreensão. A ação conta com o apoio do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE).
A TV Globo ainda não conseguiu contato com a defesa de Adriana.
Notebooks apreendidos em operação da Decon na manhã deste domingo (20)
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Na primeira fase da operação, realizada na segunda (14), duas pessoas foram presas e outras duas se entregaram nos dias seguintes. Na sexta (18), a Justiça manteve a prisão temporária dos quatro funcionários do laboratório PCS Saleme. A polícia continua analisando os documentos e materiais apreendidos.
De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, os investigados e o Laborório PCS Saleme já emitiram dezenas de resultados com falso positivo e falso negativo para HIV, inclusive em exames de crianças e estão respondendo a inúmeras ações indenizatórias por danos morais e materiais, de forma que a reiteração dessa conduta demonstra total indiferença com a vida de seus clientes e da população como um todo.
Com o avançar das investigações, a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) desmembrou o procedimento que apura os falsos laudos emitidos pelo Laboratório PCS Saleme e instaurou novo inquérito para investigar o processo de contratação da empresa.
Polícia faz operação contra suspeitos de envolvimento com contaminação de transplantados