Bebês gêmeos são mortos em Gaza enquanto pai registrava nascimento


Recém-nascidos, um menino e uma menina, tinham apenas quatro dias de vida quando sua casa foi supostamente atingida em um ataque israelense. Mohammed Abu al-Qumsan mostra as certidões de nascimento de seus gêmeos após saber que eles foram mortos em um ataque israelense.
Getty Images via BBC
Gêmeos recém-nascidos foram supostamente mortos em um ataque de Israel em Gaza enquanto o pai estava em um cartório local para registrar o nascimento deles.
Asser, um menino, e Ayssel, uma menina, tinham apenas quatro dias de vida quando o pai, Mohammed Abu al-Qumsan, foi buscar suas certidões de nascimento.
Enquanto ele estava do lado de fora, seus vizinhos ligaram para avisar que sua casa em Deir al-Balah havia sido bombardeada.
O ataque também matou sua esposa e a avó dos gêmeos.
“Eu não sei o que aconteceu”, disse ele. “Me disseram que foi um projétil que atingiu a casa.”
“Eu nem tive tempo de comemorar o nascimento deles”, acrescentou.
O ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, afirma que 115 bebês nasceram e foram mortos durante a guerra.
Segundo a agência de notícias AP, a família havia seguido uma ordem para evacuar a Cidade de Gaza nas primeiras semanas da guerra entre Israel e Gaza, buscando abrigo em uma parte central da faixa, conforme instrução do Exército israelense.
A BBC questionou o Exército israelense sobre o ataque e está aguardando uma resposta.
Israel afirma que tenta evitar danos a civis e atribui suas mortes ao fato de o Hamas operar em áreas residenciais densas, incluindo o uso de edifícios civis como abrigo. No entanto, as autoridades raramente comentam ataques específicos.
Vários desses abrigos em Gaza foram atacados nas últimas semanas.
Israel atribui mortes de civis a ações do Hamas como usar edifícios residenciais como abrigo.
EPA via BBC
No sábado (3), um ataque aéreo israelense em um prédio escolar que abrigava palestinos deslocados na Cidade de Gaza matou mais de 70 pessoas, segundo o diretor de um hospital disse à BBC.
Um porta-voz militar israelense disse que a escola “servia como uma instalação militar ativa do Hamas e da Jihad Islâmica”, o que foi negado pelo Hamas.
Israel contestou o número de mortos, mas a BBC não conseguiu verificar de forma independente os números de nenhum dos lados.
Militantes do Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas em um ataque a Israel em 7 de outubro, levando outras 251 como reféns para Gaza.
Esse ataque desencadeou uma grande ofensiva militar israelense em Gaza e a guerra atual.
Mais de 39.790 palestinos foram mortos na campanha israelense, de acordo com o ministério da saúde de Gaza, administrado pelo Hamas.
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