Solto, Gil Rugai quer concluir faculdade de arquitetura, trabalhar em empresa do irmão em Taubaté e abrir camisaria


Condenado por matar o pai e a madrasta, Gil Rugai foi solto nesta quarta-feira (14) após conseguir progressão ao regime aberto e vai cumprir o restante da pena fora da cadeia. Gil Rugai começa a frequentar faculdade com tornozeleira eletrônica em Taubaté, SP.
Rauston Naves/g1
Solto nesta quarta-feira (14) após conseguir progressão ao regime aberto, Gil Rugai tem planos de continuar a faculdade de arquitetura em Taubaté (SP), quer trabalhar em uma empresa do irmão na cidade e pretende abrir uma camisaria.
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Gil Grego Rugai deixou a Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, a P2, conhecida como ‘presídio dos famosos’, em Tremembé (SP), por volta das 16h30 desta quarta, após conseguir progressão ao regime aberto. Condenado a mais de 30 anos de prisão por matar o pai e a madrasta, ele vai cumprir o restante da pena fora da cadeia – leia mais detalhes abaixo.
Antes de conseguir a autorização da justiça para progredir ao regime aberto, Gil Rugai passou por diversos tipos de avaliações, feitas por diferentes profissionais, como assistentes sociais, psicólogos e psiquiatras.
Em uma dessas avaliações, que o g1 teve acesso, ele revelou que pretende continuar cursando a faculdade de arquitetura e urbanismo em Taubaté (SP), na faculdade Anhanguera.
O curso foi iniciado em maio de 2023. Gil Rugai conseguiu o direito de fazer faculdade após progredir ao regime semiaberto. Desde então, ele comparece às aulas de tornozeleira eletrônica e vai para a faculdade por meio de transporte público.
Gil Rugai (à dir.) e o GCM Marcos dentro do ônibus, a caminho da faculdade
Rauston Naves/g1
Esse é o terceiro curso de ensino superior iniciado por ele. Antes chegou a cursar letras, mas não concluiu por não fazer estágio, e teologia, que também não foi concluído.
Além de falar sobre a intenção de seguir cursando arquitetura e urbanismo, Gil Rugai afirmou durante as avaliações que tem uma proposta para trabalhar em uma empresa do irmão, também localizada em Taubaté, onde ele vai morar a partir de agora.
Por fim, Rugai afirmou que pretender empreender na confecção de camisas masculinas. Ele fez curso em alfaiataria e já empreendeu no ramo, antes de ser preso pelo crime.
Ex-seminarista Gil Grego Rugai, condenado pelo assassinato de seu pai, Luiz Carlos Rugai, e sua madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, deixa o 2º Distrito Policial, em São Paulo, nesta terça-feira, para ser transferido para a Penitenciária de Tremembé
Leonardo Benassatto/Futura Press/Estadão Conteúdo
Durante as avaliações, Gil Rugai seguiu negando a autoria do crime e afirmou que tinha boa relação com o pai e com a madrasta – segundo a polícia e o MP, o casal foi morto a tiros por ele, que na época tinha 21 anos.
Os relatórios das avaliações também mostram que Rugai tinha comportamento carcerário avaliado como bom, não cometia faltas e trabalhou em diversas áreas do presídio, como na faxina, administração, artesanato, monitoria de educação, biblioteca, entre outros.
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Rauston Naves/g1
Regime aberto
A decisão que concedeu a progressão para o regime aberto a Gil Rugai foi assinada pela juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, do Departamento Estadual de Execução Criminal, da comarca de São José dos Campos. O alvará foi cumprido e Rugai estava liberado desde o início da tarde desta quarta-feira (14).
Com a decisão, Gil Rugai deixou a Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, a P2, conhecida como ‘presídio dos famosos’, em Tremembé (SP), às 16h27. Ele esperava apenas a chegada de parentes para deixar a cadeia. Um vídeo mostra o momento em que Rugai deixou a prisão de carro, veja:
Vídeo mostra momento em que Gil Rugai deixa o presídio de carro em Tremembé, SP
O crime
O Tribunal do Júri, em 2013, condenou Gil Rugai a 33 anos e nove meses de prisão pelos homicídios dos publicitários Luiz Carlos Rugai e Alessandra de Fátima Troitino, pai e madrasta de Gil.
Na época, a defesa do réu queria anular o júri que o condenou e marcar um novo julgamento. Em 2020 o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, manteve a condenação definitiva, e o caso passou à condição de transitado em julgado, onde não é mais passível de recursos.
Luiz Rugai e Alessandra Troitino foram mortos em 2004 em São Paulo
Reprodução/Arquivo pessoal
O crime foi cometido em 28 de março de 2004. O casal foi encontrado baleado e morto à época na sede da agência de publicidade que funcionava na casa onde morava em Perdizes, Zona Oeste da capital. Luiz tinha 40 anos de idade e Alessandra, 33. Rugai tinha 20 anos na época.
A Polícia Civil e o MP acusaram o Gil de matar as duas vítimas a tiros depois que seu pai descobriu que o filho desviava dinheiro da empresa. Gil Rugai, que também trabalhava no local, sempre negou o crime.
Luiz foi baleado com seis tiros: um deles o atingiu nas costas e outro na nuca. Alessandra foi atingida por cinco disparos.
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