Médica e CAC é demitida de prefeitura após ser presa por invadir apartamento e atirar no ex em SC


Crime aconteceu no domingo, no apartamento que o homem alugou para passar o Dia dos Pais com o filho do ex-casal, de 8 anos. Criança presenciou parte do crime. Vídeo mostra mulher arrombando porta antes de ser presa suspeita de matar ex em SC
A médica presa suspeita de atirar contra o ex-companheiro em Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina, era funcionária temporária da prefeitura e terá o contrato encerrado, informou a administração municipal nesta quinta-feira (15). Lenise Fernandes Sampaio Cruz atuava como cínica geral.
“Apesar de nunca ter ocorrido qualquer intercorrência no exercício da função pública, o contrato será encerrado e já providenciada a substituição”, informou a prefeitura em nota.
O crime aconteceu no domingo (11), no apartamento que o homem alugou para passar o Dia dos Pais com o filho do ex-casal, de 8 anos. A vitima disse que a mulher estava escondida dentro do armário antes de disparar os tiros. Ele foi atingido por três disparos.
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A pistola 9 milímetros usada para os disparos era da suspeita, que possui certificado de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC). Apreendida, a arma tinha dois cartuchos não deflagrados no carregador, segundo a Polícia Civil.
A mulher teve a prisão em flagrante convertida para preventiva. Ela alegou, por meio do advogado de defesa, que agiu em legítima defesa. O advogado informou que havia histórico de violência doméstica e que houve uma discussão entre os dois antes do crime (leia mais abaixo).
Um vídeo flagrou o momento em que a mulher aparece no corredor do prédio usando ferramentas na fechadura para entrar no apartamento. Todas as imagens do prédio serão verificadas a partir desta quarta para confirmar a dinâmica do crime (assista acima).
Crime
Médica é presa suspeita de invadir apartamento, se esconder em armário e atirar no ex no Norte de SC
Divulgação
O baleado, também tem 39, afirmou ser policial militar licenciado no Mato Grosso do Sul. Ele foi atingido por três tiros e estava internado em estado estável até esta quinta-feira (15).
De acordo com o delegado Caleu Henrique Gomes de Mello, o filho do ex-casal presenciou parte da ação. Ele estava no andar de baixo do prédio, mas subiu após ouvir os disparos. Após o crime, ele ficou aos cuidados do Conselho Tutelar.
A reportagem questionou a defesa da mulher sobre a tutela e suporte dado à criança, mas foi informada que, por questão de sigilo, não poderia detalhar as informações.
O que disse a médica
Resposável pela defesa de Lenise, o advogado Daniel de Mello Massimino disse que a mulher foi até o local por conta da preocupação com relação à saúde de seu filho, já que ela não conseguiu contato telefônico com ele.
“Como havia um histórico de longa data de violência, ela foi com a arma que ela tinha, ela tem CAC. Ela foi com essa arma, cujo CAC foi justamente tirado por conta dessa situação também, que havia ali essa litigia. Então, ao chegar ao local, houve um início de atrito verbal entre ambos, que acabou se desdobrando numa agressão por parte do genitor”.
Ainda conforme o advogado, a mulher disse que o homem estava “tentando contra a vida dela”.
“Ela se utilizou da arma para repelir essa agressão que ela estava sofrendo. E esse foi o desfecho da situação. Então a posição dela, a versão dela dos fatos, é a de que ela agiu em legítima defesa dentro do apartamento. Não se nega que tenha havido ali de fato os tiros, até porque eles são evidentes”, concluiu o advogado.
Crime premeditado
Apesar do relato da mulher, a suspeita da Polícia Civil é de que o crime tenha sido premeditado, já que ela alugou um apartamento no prédio. O síndico que morava no apartamento em frente também informou não ter ouvido discussão antes dos disparos.
“À princípio, a versão dela não faz sentido. Ela alugou um apartamento, no dia do crime, no mesmo local, invadiu o apartamento antes de a vítima chegar e já entrou no imóvel armada”, afirmou o delegado.
Apesar da apuração não corroborar com a versão da médica, Mello destacou que a investigação segue.
Contato com filho e medida protetiva
Ainda conforme o delegado, a médica se recusava a permitir o contato entre pai e filho e teria descumprido decisões judiciais que permitiam a visitação do homem.
No final de semana do crime, o pai teria conseguido buscar a criança na escola, na sexta (10), por conta de uma ordem de busca e apreensão. Ele iria entregar a criança na escola na segunda (12).
A Polícia Civil também afirmou que havia uma medida protetiva envolvendo o ex-casal e que a suspeita e a vítima não deveriam ter qualquer tipo de contato. Os detalhes da liminar não foram divulgados, já que o inquérito criminal não envolve a discussão entre a gaurda do filho e sim a tentativa de homicídio.
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